No último domingo (21), o Estado do Rio de Janeiro testemunhou mais um massacre em suas favelas. Dessa vez, o crime aconteceu no Complexo do Salgueiro, localizado na cidade de São Gonçalo. Ao menos vinte pessoas foram mortas — a sua maioria negra.
O responsável? A polícia, é claro. Assim como em todos os massacres anteriores. Mês a mês, se não semana a semana, uma poça de sangue toma conta dos jornais cariocas, expondo cadáveres no atacado. Em nenhum dos casos, há, ali, um exemplo da “barbaridade” dos traficantes ou dos moradores das favelas: são retratos de uma guerra em curso, de milhões de trabalhadores pobres contra uma milícia assassina que faz o trabalho sujo para os banqueiros, empresários e golpistas em geral: a polícia.
As chacinas ocorrem porque a polícia não cumpre com absolutamente um único dos princípios que promete seguir ao seu povo. O combate à “criminalidade” é uma verdadeira piada. O trabalhador que tiver seu celular roubado ou seu carro roubado, pode esquecer qualquer possibilidade de retorno: os policiais não farão nada. Os criminosos patrões, que atacam e humilham seus empregados de todas as maneiras, também podem ficar tranquilos: a polícia não irá até eles. A única oportunidade de ver a polícia brasileira sendo “eficiente” é quando vai bater em pobre: repressão a greve, intervenção em meio às torcidas organizadas, invasão de bailes funk etc.
A polícia é, na verdade, uma fábrica de massacres. Seus agentes são cuidadosamente treinados e pressionados para que assumam a mesma posição de seus patrões. E que, portanto, persiga o negro até matá-lo, age com a mais extrema violência e se choca a cada instante com o povo que deveria proteger.
A polícia é inimiga dos trabalhadores. É preciso se livrar já dela. É preciso exigir o fim de todas as polícias e a formação de uma polícia controlada pelo povo, com direito irrestrito ao armamento.