A oposição pró-imperialista ao presidente Nicolás Maduro (PSUV) decidiu pela participação nas eleições regionais que serão celebradas no mês de novembro na Venezuela. O líder do partido Vontade Popular (VP), Freddy Guevara, agremiação que também abriga o ex-deputado Juan Guaidó, anunciou a mudança de estratégia política.
Freddy destacou que os objetivos anteriores, “o fim total do sistema e o colapso militar”, perseguidos por Guaidó e Leopoldo López, não foram alcançados. No começo de 2019, Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela, no que foi reconhecido por cerca de 50 países, entre eles os Estados Unidos, Brasil e o bloco da União Europeia (UE). Cabe assinalar que Guaidó foi imediatamente apoiado presidente por Donald Trump, que inclusive passou a dar ordens às forças armadas venezuelanas.
Houve também uma tentativa de invasão militar da Venezuela em 2019, com a estreita colaboração dos governos Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e Iván Duque (Centro Democrático). Em diversas ocasiões, Guaidó tentou organizar uma cisão nas Forças Armadas Bolivarianas e um golpe de tipo militar. Através de Guaidó, o imperialismo atuava para cooptar – e comprar – militares do Alto Comando venezuelano para que se voltassem contra seu próprio País.
A direita não reconheceu a derrota nas eleições presidenciais de 2018. Estas conferiram mais um mandato de seis anos para o atual presidente chavista. Nas eleições para a Assembleia Nacional, boicotadas pela oposição direitista e celebradas no final de 2020, as forças do chavismo conseguiram maioria.
A trajetória política de Guaidó é marcada por sucessivas derrotas frente ao chavismo. Sua desmoralização é fruto do fracasso das intentonas golpistas promovidas pelo imperialismo na Venezuela. Ao que tudo indica, ele não é mais uma opção para os imperialismos norte-americano e europeu, que estão trabalhando para criar novas lideranças políticas artificiais que respondam aos seus interesses econômicos e políticos.
A mudança da estratégia para a participação nas eleições demonstra o esgotamento das manobras golpistas. Contudo, é fato que as forças bolivarianas têm muito apoio popular que se expressa nos indicadores eleitorais. Os resultados das eleições parlamentares comprovam isso. Dados da imprensa capitalista dão uma noção da força do chavismo no interior do sistema político venezuelano. Os chavistas controlam 19 dos 23 estados, comandam 305 das 335 prefeituras municipais e têm 227 dos 251 deputados das assembleias legislativas regionais.