Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Roberto França

Militante do Partido da Causa Operária. Professor de Geografia da Unila. Redator e colunista do Diário Causa Operária e membro do Blog Internacionalismo.

A lacração vem do Fórum

Fórum Econômico Mundial controla a esquerda como marionetes

Racismo Estrutural, Derrubar estátuas e fazer ciranda são teorias dos bilionários. O Fórum manda, a esquerda obedece

a polemica em torno da derrubada de estatuas de cristovao colombo generais e traficantes de escravos na america latina
A política controlada pelos bilionários do Fórum Econômico Mundial
Abre aspas para a legenda original: “Injustiça monumental… temos que ser implacáveis com a verdade para permitir que comunidades fraturadas se curem, diz o arquiteto e designer do Smithsonian”.
Imagem: REUTERS/Marco Bello

A imagem acima, bem com a descrição encontra-se em artigo publicado no Fórum Econômico Mundial . Trata-se de uma verdadeira pérola que poderíamos encontrar facilmente nas páginas do PSOL e ONGs com fachada de esquerda. Porém, não foi o grupo do “militante” Paulo Galo que escreveu, foi o site dos bilionários. Para quem não sabe o que é o Fórum Econômico Mundial, vou iniciar com uma pequena explicação. (Clique nos links para não dizer que traçamos uma teoria da conspiração…)

O Fórum se gaba se ser uma “associação sem fins lucrativos” e “imparcial”, mas consegue realizar reuniões anualmente em Davos, na Suiça durante 5 dias, para discutir o futuro do capitalismo. Na base do Fórum está o financiamento de 1000 empresas-membros com receita anual de pelo menos cinco bilhões de dólares, variando de acordo com a região do mundo e o tipo de atividade econômica, de modo que haja diversificação geográfica, produtiva e financeira.

Os grandes temas atuais como “aquecimento global”, “energias verdes”, “Covid-19”, ensino, pesquisa, sistema financeiro, “novo normal”, tudo isso entre negócios passa pelo Fórum. Todas as questões são abordadas “democraticamente”, na forma de receituário de como um país ou instituições podem vencer as “crises” e vencer perante as “adversidades”.

Retornemos à questão da foto da chamada, o entrevistador inicia com apontamentos de “grande impacto”:

Estátuas racistas estão caindo. Nas últimas semanas desde a morte de um afro-americano desarmado por um policial de Minnesota, a raiva global contra a injustiça racial e a desigualdade tem sido visceral.
Várias estátuas e monumentos de “heróis” passados foram desfigurados, decapitados, afogados e desmembrados. São atos importantes. Eles destacam a relação entre símbolos e ideias e simbolizam a necessidade humana de ritual e significado através da memória, lembrança e fantasia.

A entrevista com o arquiteto é na verdade uma pauta e, ao mesmo tempo, uma forma como os bilionários organizaram a domesticação da esquerda e de possíveis insurgências. Daí nosso partido operário considerar a pauta “chamuscar estátuas”, como uma pauta pequeno-burguesa, pois visa desviar o foco da luta concreta.

Além de queimar estátuas, o Fórum se alinha com a “luta do movimento negro” (ironia), pois o tema do racismo estrutural tem aparecido com frequência no Fórum dos bilionários, que são a nata do racismo, haja vista que o racismo está na base do imperialismo. Mas vamos tentar entender de onde pode ter vindo (ou para onde foram parar) as ideias de Djamilla Ribeiro e Silvio Almeida.

Em outro artigo “bombástico” da agenda do Fórum, vimos a seguinte Manchete: “O que as empresas estão fazendo para combater o racismo sistêmico”. A Manchete não é um questionamento, mas uma demonstração de que os bilionários não são racistas e incluem os negros em suas empresas, nos melhores cargos, além de terem a solução para a “liberdade”.

O artigo propõe

O assassinato de George Floyd inspirou empresas ao redor do mundo a apoiar o movimento Black Lives Matter e tomar medidas para acabar com o racismo sistêmico; Diversidade racial, inclusão e equidade são bons para os negócios.
Nas últimas semanas, parceiros e membros do Fórum Econômico Mundial doaram bilhões para organizações de justiça social e lançaram novas iniciativas para tornar seus próprios locais de trabalho mais inclusivos e equitativos.
O assassinato de George Floyd em 25 de maio de 2020 por um policial de Minnesota provocou indignação global – e um movimento há muito atrasado para acabar com o racismo sistêmico e a desigualdade que têm atormentado não só o policiamento dos EUA, mas também locais de trabalho e comunidades.
Desde então, os cidadãos têm protestado em cidades dos Estados Unidos e em todo o mundo. Empresas e organizações também estão tomando medidas – apoiando o movimento Black Lives Matter, enfrentando a desigualdade em seus próprios locais de trabalho, doando para organizações de justiça social e usando suas plataformas para promover a diversidade racial, inclusão e equidade na comunidade empresarial.
captura de tela de 2021 12 22 15 27 33
Foto: Reuters

O Clube dos Bilionários avança na ousadia e afirma:

E melhorar a diversidade e a inclusão nos negócios não é apenas a coisa certa a se fazer – é um bom negócio.
“O negócio tem o poder transformador de mudar e contribuir para uma sociedade mais aberta, diversificada e inclusiva. Só podemos conseguir isso começando de dentro de nossas organizações”, escreveu Vijay Eswaran, presidente executivo do QI Group, um parceiro do Fórum Econômico Mundial.
“Muitos de nós sabemos intuitivamente que a diversidade é boa para os negócios. O caso de estabelecer uma força de trabalho verdadeiramente diversificada, em todos os níveis organizacionais, cresce mais atraente a cada ano. O argumento moral é bastante pesado, mas o impacto financeiro – como comprovado por vários estudos – torna isso um pouco mais fácil”, continuou.

Essas questões todas estão na base da proposta do Grande Reset, que nada mais é que “Zerar” a crise do regime político com uma nova superestrutura. Vejam os pontos do artigo a seguir:

captura de tela de 2021 12 22 15 40 51
Foto: Reuters Imagem extraída com o título do próprio site.

De acordo com o Grande Reset proposto pelos bilionários:

Great Reset lançado em 3 de junho por Klaus Schwab e Prince Charles; O chefe do FMI diz que significará “mundo mais verde, inteligente e mais justo”; Schwab cita Mandela sobre a ligação entre racismo e economia justa e sociedade.
O Grande Reset – reconstruindo a economia global de uma forma mais justa e verde quando sairmos da pandemia do coronavírus – também exigirá que as sociedades lutem e vençam o racismo.
Em suas palavras finais no lançamento do projeto de quarta-feira, o fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, escolheu citar Nelson Mandela, um homem preso durante anos por combater o racismo institucional no apartheid da África do Sul e que se tornou presidente do país.

Entre o festival de demagogia identitária, Schwab, o papa do Grande Reinício, da “Quarta Revolução Industrial” e do “Green New Deal” apresenta sua foto ao lado do não menos demagógico, Nelson Mandela.

Davos 1992
Mandela ao Lado de Schwab

Enquanto os identitários pensam que estão praticando uma verdadeira revolução, na verdade estão divertindo os bilionários como na série Round 6. Os bilionários propõe as teorias, vai para think tanks, se organizam dos mais diversos modos nas ONGs, os Partidos reproduzem isso tudo no parlamento, e a base da esquerda fica como espectadora, sentandinha, esperando o sistema tentar uma reconstrução por cima. Em suma, a contrarrevolução preventiva nunca foi tão fácil de ser organizada, basta pagar algumas bolsas à ongueiros e meia dúzia de parlamentares supostamente de esquerda, que o trabalho sujo já está feito. Semana que vem eu volto com mais informações sobre como domesticar a esquerda.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.