Usando o escudo da ciência para parecer “científico”, “preocupado” com o combate da pandemia de Covid, com intuito de concorrer com Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), mentiu sobre a vacina Coronavac produzida no Brasil. Ela não funciona com eficiência para a faixa etária mais vulnerável da população, que são os idosos.
Estudos mostram que a vacina de Doria nunca passou de propaganda eleitoreira, desmascarando o político “civilizado”, “democrático” e “cientifico” que a burguesia construiu para tentar substituir Bolsonaro nas eleições de 2022. Uma armação semelhante à que fora feita pelo imperialismo com o “democrático” Joe Biden, que derrotou o histriônico e igualmente reacionário Donald Trump.
O que fez cair a máscara de Doria foi a eficácia de apenas 30% da vacina em idosos acima de 90 anos. No último dia 6 de setembro, São Paulo já começou a aplicar na população a terceira dose nesses idosos acima de 90 anos, mas membros da Sociedade Brasileira de Infectologia, da Sociedade Brasileira de Imunizações, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde defendem a não aplicação dessa terceira dose, indo de encontro ao posicionamento de Doria.
Segundo a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santos, Ethel Maciel, em entrevista à Folha de S. Paulo,
“Usar a dose que estiver disponível no momento [da dose adicional] em idosos e imunossuprimidos é cair em um terreno de ‘vamos fazer qualquer coisa’, sem argumentação lógica”.
Outras opiniões científicas foram dadas sobre a farsa da vacinação de João Doria.
No jornal O Estado de São Paulo, Fernando Reinach, biólogo e PHD em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Cornell, afirma que “o uso da Coronavac para vacinar os mais idosos é uma decisão de alto risco”. Reinach critica ainda a decisão de dar a terceira dose aos idosos: “É preciso retirar a Coronavac do esquema de terceira dose dos mais idosos”, citando um estudo segundo o qual a vacina produzida por Doria no estado evita somente “25% das infecções, 30% das hospitalizações, 30% das internações em UTIs e 30% dos óbitos em pessoas acima de 90 anos. Já para as pessoas entre 80 e 89 anos, a Coronavac evita 55% das infecções, 65% das internações, 65% das internações em UTIs e 65% das mortes”.
A vacina de Doria oferece muito pouca proteção aos idosos, não deveria ser aprovada com base nos parâmetros científicos. O que estava em jogo não era a imunização da sociedade, mas o marketing em torno da criação de um fascista da terceira via, com uma imagem mais engomada e civilizada (porém pior para a população do que o próprio Bolsonaro na condução da política neoliberal).
“Qualquer gestor público que tem como objetivo pautar suas decisões por dados científicos tem o dever de entender esses dados e tomar suas decisões com base neles”, disse o pesquisador Reinach, escancarando de vez a mentira montada em torno do gestor Doria e sua vacina. Foram aplicadas 4 milhões de doses das 12 milhões suspensas pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa).
O Rio de Janeiro recebeu quase 600 mil doses do lote interditado. Outros municípios que receberam lotes suspensos já foram orientados a armazená-los.
A farsa de Doria para se viabilizar como terceira via fica cada dia mais clara. Com a vacina mais cara e ineficiente do Brasil, o político do PSDB golpista queria passar uma imagem inversa da imagem de Bolsonaro, mas no fundo é um bolsonarista a serviço da burguesia. Doria tentou proibir as manifestações da esquerda no Vale do Anhangabaú em 7 de setembro, favorecendo o ato bolsonarista na avenida Paulista e estará disposto a apoiá-lo se for preterido em ser a via direitista “científica” dos golpistas.
Toda essa trama da vacina no estado de São Paulo mostra o quão fascista e enganador é João Doria, cujo partido está por trás da decadência do maior Estado da federação e da venda dos grandes patrimônios do Brasil quando governou o País.
É preciso continuar desmascarando toda a farsa da eficiência da vacina de Doria, defender o direito do cidadão em saber qual vacina está tomando e se quer ou não tomá-la, pondo abaixo toda tentativa de ditadura e exclusão do cidadão através do passaporte da vacina que o próprio farsante do Doria quer implantar.