Nesta semana, os conflitos mais recentes em Israel estão completando um mês, em meio a muita discussão na imprensa. A situação deu lugar a crises gigantescas. Durante as últimas semanas, conforme se pode conferir até em vídeos nas redes, foram lançados diversos mísseis contra a população palestina. Essa população está sendo atacada inclusive durante a sua principal festa religiosa, o Ramadã, em uma ação verdadeiramente fascista.
Os conflitos começaram quando o governo de Netanyahu ameaçou despejar famílias palestinas do bairro Sheikh Jarrah, bairro com grande presença de palestinos em Jerusalém Oriental, para poder instalar colonos judeus.
Um fator de crise é o fato de que estão havendo enfrentamentos no território judeu, ao contrário do que ocorre normalmente, em que Israel invade o território dos palestinos e ataca casa de civis. Os conflitos estão sendo observados de perto e são mais um indicativo do grande clima de tensão presente em diversos países.
Os criminosos ataques aéreos de Israel em Gaza já são responsáveis pela morte de 188 pessoas, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que eles irão continuar com “força total”, até que se possa retomar a “tranquilidade”, o que, segundo ele, ainda irá “levar tempo. A justificativa de Israel para esse massacre da população vizinha é que muitos dos mortos nos ataques seriam “militantes do Hamas”. Seria importante, então, explicar por que razão Israel está atacando, inclusive, prédios em que funcionam agências de notícias, como Associated Press e Al-Jazeera.
Imperialismo europeu apoia genocídio
Na Europa, continente em que há uma presença grande da população árabe, há diversas manifestações anti-Israel, que expressam o repúdio do povo contra as ações assassinas do governo fascista que controla o estado de Israel. Com relação a isso, é importante destacar a posição dos países imperialistas desta região diante do massacre promovido pelo estado israelense. Sob a absurda alegação de que os protestos contra a violência fascista do regime governado por Netanyahu seriam “antissemitas”, representantes diplomáticos da União Europeia, da Alemanha e da França, emitiram declarações acobertando o genocídio perpetrado por Israel e condenando manifestantes.
O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela promoção do estilo de vida europeu, Margaritis Schinas, chamou a atenção para que os estados membros da União Europeia “ficassem vigilantes” contra as manifestações de protesto ao genocídio do povo palestino.
Ele afirmou que se encontra “profundamente preocupado com os recentes ataques contra comunidades e locais judaicos na UE. São uma clara manifestação de antissemitismo que deve ser fortemente condenada”. Ele também disse “Apoiamos nossas comunidades judaicas e pedimos aos nossos Estados-membros que se mantenham em alerta por sua segurança”.
O cinismo da afirmação impressiona bastante. O Estado israelense, armado pelo imperialismo com mísseis, aviões, tanques de guerra e armamento de alta capacidade e última geração, estaria em risco frente ao povo palestino, que não possui nem o direito a ter um território próprio e apenas reage contra a violenta opressão imperialista da qual é vítima há décadas.
O porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, também alertou que não irá tolerar manifestações antissemitas. E ressaltou que “Quem ataca uma sinagoga, quem danifica símbolos judeus mostra que não se trata da crítica a um Estado, à política de um governo, mas de uma agressão e de [um ato de] ódio contra uma religião e [contra] aqueles que pertencem a ela”, além de classificar a tentativa dos palestinos de se defenderem como “atos terroristas” e afirmar que o governo de Israel tem direito à “legítima defesa” contra eles.
Quem viu o desenvolvimento da política imperialista no último século, conhece bem o discurso da luta contra o “terrorismo”. É praticamente uma senha da direita para indicar que são ataques contra os quais é permitido reagir de qualquer forma que seja, inclusive com tortura, prisões ilegais, assassinatos e massacres de civis. Essa é a política defendida pelo governo alemão para os palestinos, que se vêem mais uma vez atacados pelo estado fascista israelense.
Outro país imperialista que procurou mostrar apoio a Israel foi a França, que proibiu que manifestantes palestinos saíssem às ruas durante a comemoração da Nakba, o êxodo de centenas de milhares de palestinos após a criação do Estado de Israel em 1948. O chefe de polícia de Paris, Didier Lallement, afirma temer que a celebração acabe em “ataques às sinagogas e aos interesses israeleneses”.
A ação desses países imperialistas europeus diante da violência do Estado israelense é mais uma prova de que esses estados não têm nada de democráticos, apesar de toda demagogia que é feita. São países que defendem o massacre da população oprimida, e isso deve ser combatido veementemente por todos que se dizem da esquerda e que defendam de fato os direitos democráticos da população do mundo todo.