A Central Única dos Trabalhadores (CUT) condenou a atitude antidemocrática do PSOL e do PCdoB, que queriam proibir as faixas Lula Presidente nos atos pelo Fora Bolsonaro. O escândalo contra Lula ocorreu em Araraquara, município paulista governado pelo petista Edinho Silva. O pedido golpista se deu na reunião extraordinária dos partidos e sindicatos que compõem a “Frente da Esquerda e dos Trabalhadores Fora Bolsonaro”, ocorrida na segunda-feira,27, e convocada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
As reuniões acontecem desde o dia 29 de maio, com o objetivo de organizar os atos e seus aspectos práticos. Dessa vez, a reunião tinha como objetivo proibir a faixa Lula Presidente para o próximo ato do dia 02 de outubro. O PCdoB, que não participava das reuniões desde o dia 18 de agosto, foi para essa reunião para ajudar o PSOL na organização desse golpe baixo contra Lula e os militantes, que têm o direito de levar suas próprias bandeiras e apoiar seus candidatos nos atos.
Participaram dessa reunião extraordinária, além do PSOL, PCdoB e a CUT, a Apeoesp, Metalúrgicos, Sinasefe, PSTU/CSP- Conlutas/Sinspreve, UP, UJC e o Comitê de Luta Contra o Golpe. O PT não tinha representante na reunião.
Eudes Fernandes Barros Melo, presidente do PSOL local, apresentou a proposta de votar “democraticamente” pelo banimento de manifestação em defesa do Presidente Lula nas atividades de rua. Ao lado da revolta da CUT, abandonaram a reunião os representantes da Apeoesp e os metalúrgicos. O Sinasefe declarou que não se comprometeria com essa proibição. O PCO também não aceitou colocar em votação o seu direito à livre manifestação de apoiar Lula e propôs o registro público de quem seria a favor desse golpe contra o ex-presidente, o que acabou inibindo os golpistas de seguir com a proposta autoritária. Querem tirar foto com Lula, fazer demagogia com os trabalhadores, mas são verdadeiros abutres a reboque da direita anti-Lula.
Tiago Pires, bancário, militante do Partido da Causa Operária em Araraquara, Coordenador da Campanha pelo Fora Bolsonaro na cidade, informou à COTV que “para nossa surpresa o PC do B apareceu nessa reunião extraordinária convocada pelo PSOL, onde deveria organizar questões práticas sobre o ato, mas não se tratava disto. Tratava-se de banir as faixas Lula Presidente e dos nossos materiais, uma clara tentativa de censura dos atos públicos na cidade de Araraquara”.
Outra manobra tentada pelos organizadores se deu com a utilização das mulheres nos atos. Segundo Tiago Pires, o PC do B, junto com setores direitistas do PT, tentaram criar uma direção que fosse de mulheres, ou seja, não respeitando os partidos que organizam os atos junto com as organizações sindicais. Teria que colocar uma mulher para participar. Hoje temos quatro homens e também as companheiras que estão afastadas por motivo de doença, dentre outros motivos. Propuseram a frente de mulheres como mais uma tentativa de golpe, para manobrar.
Temos visto e denunciado constantemente a sabotagem da coordenação da frente nacional pelo “Fora Bolsonaro”, que não perde a oportunidade para atacar Lula e convidar para os atos os inimigos do povo: os direitistas que deram o golpe em Dilma, apoiaram a prisão de Lula, elegeram Bolsonaro e vêm defendendo suas pautas neoliberais e reacionárias.
No ato do dia 12 de setembro, organizado pelos direitistas Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem para a Rua, defensores da Operação golpista Lava Jato e do ex-juiz Sérgio Mouro, o PSOL e PC do B também participaram, numa vergonhosa campanha sem público pelo “Nem Bolsonaro, nem Lula”.
O PSOL e PCdoB, dois partidos frente-amplistas, estão encabeçando essa manobra golpista a favor da direita e contra os trabalhadores. Eles dizem não ter candidato para presidente e não apoiam a candidatura de Lula, mas querem impedir o direito de escolha dos militantes, que irão para o próximo ato do dia 02 de outubro com suas faixas vermelhas, bandeiras, palavras de ordem, contra as privatizações, contra a reforma administrativa e, sobretudo, pelo Fora Bolsonaro e por Lula Presidente. Conscientes ou não, estão defendendo a candiatura da terceira via.