O povo colombiano se levanta contra a ditadura fantoche do imperialismo que é o regime político colombiano, governado atualmente pelo fascista Iván Duque.
Desde o dia 28 de abril, centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas das principais cidades do país contra as novas reformas neoliberais implementadas pelo governo.
Trabalhadores, camponeses, indígenas, estudantes e ativistas de movimentos sociais simplesmente se insurgiram. Não se trata, no entanto, de uma mobilização contra medidas pontuais e recentes apenas. Os colombianos estão há décadas sob o jugo do imperialismo, que impôs um regime ditatorial sob a fachada de alternância presidencial para melhor explorar e conter a revolta das massas contra essa exploração.
São sucessivos governos que vêm dando continuidade à política econômica neoliberal. Junto a essa política econômica, é aplicada uma política altamente repressiva através do exército e da polícia. A desculpa principal são as guerrilhas que existem no país desde a década de 1960, como as FARC e o ELN. Mas a repressão ocorre não somente no campo, senão também nas cidades.
Apenas este ano, 60 líderes sociais e ativistas de direitos humanos foram assassinados. O número de ex-guerrilheiros das FARC que assinaram a paz com o governo em 2016 chega a 22. Por sua vez, o ano de 2021 viu ainda 35 massacres com 132 vítimas fatais no país. Esses são dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz e, como a Colômbia é um país atrasado com uma grande região rural, além de – como no Brasil – as forças de repressão atuarem muitas vezes às escuras, esses números certamente são muito maiores.
É um estado policial. Daí advém a repressão aos manifestantes que tomaram as ruas contra Duque. Até o fechamento desta edição, ao menos 47 pessoas morreram nas mãos do Estado e outras 500 (quinhentas!) estão desaparecidas. Sabemos o que são “desaparecidos” políticos na América Latina: torturados e/ou executados.
O povo colombiano, no entanto, se mobiliza principalmente porque não aguenta mais a situação à qual o imperialismo o jogou. E isso está diretamente vinculado com a conjuntura política do continente.
Os trabalhadores latino-americanos vivem uma contradição cada vez mais intensa com os regimes impostos pelo imperialismo nos últimos anos. São regimes fruto de golpes de Estado abertos ou ao menos brancos. Esses regimes direitistas são ferramentas para a extração violenta das riquezas naturais e recursos econômicos desses países.
Naturalmente, diante de uma situação como essas, sem nenhuma contrapartida mínima, os povos da região se insurgem. É o que vimos no Equador, Chile, Bolívia, Peru, Paraguai, Honduras, Guatemala, Panamá, por exemplo. Cada um desses países, cada uma dessas classes trabalhadoras, empurra a outra para a mobilização, visto que, em geral, a sua situação é a mesma e seus problemas muitos semelhantes. Trata-se de derrubar os regimes direitistas controlados pelo imperialismo.
Tanto é assim que em todos esses lugares uma das principais reivindicações dos manifestantes sempre tem sido a queda de seus governantes. Na Colômbia o povo pede, em voz cada vez mais alta, o Fora Duque.
É uma tendência natural a luta dos trabalhadores latino-americanos contra o golpe e o imperialismo. Certamente esse movimento não irá estacionar na Colômbia. No Brasil, maior barril de pólvora da região, os trabalhadores, mais cedo do que tarde, também irão se revoltar nas ruas. O papel da esquerda continental é organizar essa revolta, uma revolta cuja principal luta é pelo poder político. É preciso orientar essa luta para que seja vitoriosa.