Assim como aconteceu em várias cidades em todo Brasil, a capital do país também reuniu muita gente nas ruas no sábado, 29 de maio. Milhares de pessoas, além de uma carreata, desceram o Eixo Monumental em direção à Esplanada dos Ministérios, se concentrando no final na Alameda das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional.
Apesar de alguns partidos e sindicatos não terem feito convocação oficial e praticamente não estarem participando oficialmente da manifestação, tendo tido apenas a iniciativa da carreata, a adesão popular foi enorme, ou seja, poderia, pode e vai ser maior. Movimentos sociais como a FNL, Movimentos por moradia, se fizeram presentes. Setores, organizações e pessoas que há muito não compareciam a atos atenderam ao chamado das ruas que se ampliou e ecoou com os exemplos das manifestações recentes como a do 31 de março contra as comemorações do golpe militar de 1964, mas principalmente do 1° de Maio da Praça da Sé, em São Paulo. Teve ainda atos no 13 de maio por causa da chacina no Jacarezinho, RJ. Exemplos também vieram de outros países, como a luta de massas que acontece na América Latina, particularmente a que ocorre neste momento na Colômbia.



Está se quebrando o dique de contenção da mobilização popular no Brasil. A política do fique em casa está sendo superada e a enorme quantidade de pessoas nas ruas neste 29 de maio e a disposição destas pessoas indica isso.
Apesar da grande presença de movimentos populares e de caravanas vindas de cidades satélites (o PCO e os Comitês de Luta garantiram a vida de companheiros de Ceilândia, Planaltina e Cidade Ocidental – cidade de GO no entorno do DF -, por exemplo), é necessário expandir a mobilização para as categorias operárias, bairros etc. Foi marcante também a presença e adesão da juventude, inclusive acompanhando a Bateria Zumbi dos Palmares e outras batucadas que tocaram juntas agitando a manifestação.
Este 29 de maio confirmou aquilo que o dia 26 de maio com a presença quase exclusiva de sindicalistas em Brasília poderia confundir. Existe uma tendência à mobilização popular, o povo quer sair às ruas. Não aguenta mais ficar em casa, sem ter como reagir à morte, por coronavírus, de fome, por bala; quer sair à rua lutar por vacina, auxílio emergencial e Fora Bolsonaro e todos os golpistas. É preciso já pensar na continuidade da mobilização. Para quem está no DF e no entorno construir os Comitês de Luta, não é hora de parar, é preciso continuar nas ruas, pensar em novos atos, mutirões, panfletagens e uma bela caravana para o Ato Nacional em São Paulo no dia 3 de julho.