A direção do Banco do Brasil, na semana passada, determinou que, nessa segunda-feira (20), os seus funcionários, que se encontram em trabalho remoto, mesmo aqueles que ainda não se vacinaram ou completaram as duas doses da vacina, retornem ao trabalho presencial.
Segundo o comunicado do banco, a retomada do trabalho presencial será da forma “opcional”.
O banco, com a medida da retomada do trabalho presencial, daqueles que não são do grupo de risco, mente ao afirmar que, “é uma decisão totalmente voluntária” e de que serão garantidas todas as medidas de segurança sanitária.
Todo mundo sabe que a direção do banco sempre utiliza do expediente do voluntarismo para impor as suas determinações, vide os famigerados PDV’s (Plano de Demissão Voluntária) que de voluntário não tem nada, em que os bancários elegíveis sofrem um verdadeiro terrorismo, perda da função, transferências compulsórias, etc., para que adiram ao plano.
Em relação à conversa fiada de proteção sanitária, basta verificar o que acontece nas agências bancárias que, continuaram funcionando normalmente desde o começo da pandemia, para atestar que é só conversa para boi dormir. As agências sempre permaneceram lotadas, tanto dentro quanto fora, nunca foram disponibilizados teste de covid para os bancários e muito menos máscaras apropriadas, o distanciamento nunca foi respeitado. Não é por um acaso que os casos de afastamentos, por morte, na categoria tiveram um aumento de 200%, em comparação ao ano de 2020. Há denúncias que nos prédios da direção geral em Brasília, passando da catraca para dentro, o não uso de máscara é uma exigência.
Para se contrapor a mais essa medida reacionária da direção do banco, o Sindicato dos Bancários de Brasília realizou atos nas portas do Edifício Sede, Ed. Sede III e no prédio da Tecnologia, para evitar o retorno ao trabalho dos trabalhadores. No Ed. Sede, onde fica localizada a presidência do banco, a direção do sindicato se deparou com uma cena grotesca, onde o presidente do banco, Fausto Silva e seus cupinchas estavam no hall de entrada recepcionando os funcionários, que foi frustrado, logicamente, já que foram poucos os trabalhadores caíram na conversa fiada de um retorno “seguro” nos locais de trabalho.
Os companheiros da Corrente Sindical Nacional Causa Operária, Bancários em Luta, estiveram presentes no ato e denunciaram a medida criminosa da direção da empresa que coloca a obtenção do lucro a todo o custo, nem que para isso venha custar a vida de milhares de trabalhadores.
Os banqueiros, os capitalistas e seus governos nunca tiveram como objetivo proteger os trabalhadores e a população do vírus e, sim o contrário: sacrificar o povo para salvar os lucros desses parasitas. Todas as medidas da burguesia sempre foram de “proteger” os capitalistas em detrimento dos direitos dos trabalhadores. E, agora não é diferente, tentam passar a impressão de certa normalidade, sendo que apenas 30% da população tomou a segunda dose da vacina, sendo que para se chegar a tal “normalidade”, segundo dados científicos, o controle da disseminação do Covid-19 só se dará quando ao menos 70% da população estiver devidamente imunizada. Isso sem falar que o país já convive com casos da variante delta do coronavírus, que é muito mais contagiosa e, segundo especialistas, já a partir deste mês de setembro haverá uma explosão de contaminação.
É preciso responder com um estrondoso NÃO à farsa do banco de volta “voluntária” dos seus trabalhadores. Os banqueiros do Itaú também já divulgaram o mesmo comunicado, aos seus funcionários, pela volta ao trabalho de forma “facultativa”, ou seja, os banqueiros já preparam o retorno de toda a categoria aos seus locais de trabalho, em que os trabalhadores serão, mais uma vez, vítimas desses genocidas que só tem uma preocupação: o lucro.
É preciso que os sindicatos, nacionalmente, intensifiquem as mobilizações de toda a categoria bancária para enfrentar mais esse ataque aos trabalhadores e dar uma basta a política genocida dos banqueiros e seus governos.