A coordenação da Frente Nacional Fora Bolsonaro se reuniu no ontem, com a presença das principais entidades nacionais que integram as frente de luta dos explorados e, após realizar um breve muito positivo balanço das mobilizações do dia 29 de maio, deliberou por convocar uma nova jornada de Lutas por Vacina, Auxílio Emergencial e Fora Bolsonaro, para o dia 19 de junho, em todo o País.
As mais de 200 mil pessoas que saíram às ruas, em mais de 200 atos em todos os estados brasileiros, além de 14 em cidades do exterior, expressaram uma verdadeira mudança na situação política brasileira, que tende cada vez mais à esquerda. Foram de longe as maiores mobilizações populares desde o início da pandemia em nosso País.
Uma mudança qualitativa
Não foi apenas mudança numérica, uma vez que os atos superaram de longe as combativas manifestações que apontaram no sentido da superação da paralisia da esquerda diante da crise, como se deu, destacadamente, no 1º de Maio de Luta, da Praça da Sé, e nos atos contra o massacre de Jacarezinho, em diversas cidades do País. Houve uma alteração qualitativa no que diz respeito ao avanço da consciência da classe operária e demais setores explorados, no sentido de uma ampla superação da política da esquerda pequeno-burguesa e burguesa que, ao longo de mais de um ano, defenderam – no essencial – a política reacionária da direita do “fique em casa” e “morra sem lutar”, com a qual ficou bloqueada a reação popular, enquanto a direita avançava na matança do povo e no aprofundamento do regime golpista de fome e miséria.
Os atos “furaram a bolha”, a política da maioria da esquerda de se limitar a lives na internet, inclusive com algozes dos trabalhadores, como se viu no 1º de Maio com FHC e outros carrascos do povo, ou de realizar meros “atos simbólicos” que não servem para enfrentar e derrotar o governo, mas apenas alimentar inúteis (do ponto de vista dos trabalhadores) articulações parlamentares e junto ao judiciário golpista.
Eles colocaram toda a direita na defensiva e colocaram o movimento operário e a esquerda diante da possibilidade de ampliar o enfrentamento e levar a derrubada do governo genocida de Bolsonaro.
Intensificar a mobilização
Para que isso ocorra, é preciso ampliar e intensificar a mobilização, trazer milhões para as ruas, colocar em mobilização permanente as principais organizações de luta dos trabalhadores da cidade e do campo e da juventude.
O 29 de maio apontou essa perspectiva. É preciso desenvolvê-la, por meio de uma ampla campanha de agitação e propaganda principalmente nos locais de trabalho para levantar o pelotão mais combativo, mais forte do exército dos explorados, a poderosa classe operária brasileira e suas organizações de luta, como a CUT e os Sindicatos.
É hora de reabrir todos os sindicatos e entidades de luta; convocar plenárias e assembleias que mobilizem a militância; de realizar uma intensa agitação nas fábricas e outros locais de trabalho, nos transportes públicos, nos bairros operários etc. com milhões de panfletos, milhares de cartazes, carros de som etc. para mobilizar grandes pelotões da classe operária; organizar grandes colunas de trabalhadores para os atos do dia 19.
O mesmo deve ser feito com os movimentos de luta do campo e da cidade que devem comparecer a estas manifestações com suas bandeiras e reivindicações e suas reivindicações mais sentidas, junto com as bandeiras gerais do movimento de luta.
É preciso colocar nas ruas colunas dos trabalhadores dos Correios, da Eletrobrás e Petrobrás contra a privatização; dos sem-terra e sem-teto contra os despejos, por terra e moradia; da juventude e dos trabalhadores da Educação contra o crime da volta às aulas e contra a destruição do ensino público; dos movimentos de luta das mulheres dos negros etc.
É hora de lançar mão de todas as armas para impulsionar a luta do povo, incluindo o chamado a que a maior liderança popular do País, o ex-presidente Lula, apoie publicamente e participe das mobilizações para parar a mão assassina de Bolsonaro e toda a direita genocida.
Isso não aconteceu ainda no dia 29, por conta da vacilação política da maioria das direções e da política reacionária dos que, dentro do movimento de luta dos trabalhadores e da juventude, defendem a política de derrotas da frente ampla com a direita golpista.
É preciso aprender das derrotas dos últimos anos, em que a submissão das organizações de luta do povo aos partidos e organizações da burguesia só levaram a derrotas e retrocessos.
Chamar o Lula!
É hora de lançar mão de todas as armas para impulsionar a luta do povo, incluindo o chamado a que a maior liderança popular do País, o ex-presidente Lula, apoie publicamente e participe das mobilizações para parar a mão assassina de Bolsonaro e toda a direita genocida.
Amplas parcelas de trabalhadores e da juventude – maioria nos atos – sinalizaram que o povo trabalhador está disposto a enfrentar o golpe nas ruas, custe o que custar, e não se esconder em suas casas.
A classe trabalhadora brasileira se junta, nas ruas, a toda onda de revolta na América Latina, contra os regimes golpistas, súditos do imperialismo, genocidas, que estão promovendo o maior retrocesso nas condições de vida de nosso povo de todos os tempos.
Dia 19, todos nas ruas. Um milhão nas ruas, contra o governo que condena o País a um milhão de mortos, a mais de 120 milhões de famintos e mais de 50 milhões de desempregados, “desalentados” e subempregados.