Muito se fala sobre o aspecto progressista que a igreja católica vem tomando desde a ascensão do Papa Francisco no último período, porém, a mudança de posição é puramente fruto da demagogia com os setores mais oprimidos, nova moda emprestada da pequena burguesia mundial.
Uma matéria do vaticano News é bem ilustrativa dessa realidade ressaltando a contradição entre discurso e prática. Na matéria, a igreja cita o discurso do Monsenhor Janusz Urbancyk, Observador Permanente da Santa Sé junto à Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que defende a necessidade da liberdade econômica das mulheres como valor fundamental e direito inalienável a ser protegido e defendido, dependendo dele a emancipação das mulheres e igualdade de direitos sociais. O pronunciamento foi feito em um encontro na terça-feira (16) em encerramento da primeira reunião preparatória ao 29º Fórum Econômico e Ambiental da organização.
A fala seria um apelo aos Estados-membros do Forúm com o objetivo de garantir um acesso igualitário a homens e mulheres ao mercado de trabalho.
Mas na mesma reunião uma outra recomendação feita pelo monsenhor se destaca, de “prestar atenção à família, célula fundamental da sociedade e elemento constitutivo da vida econômica do amanhã”.
A sociedade de classes capitalista, desde seu princípio nunca considerou as mulheres seres dotados de consciência e direitos, mas somente uma posse a que os donos poderiam tratar como bem entendessem, procedência essa altamente encorajada pelas instituições religiosas, sendo a principal delas a igreja católica.
Não é preciso que se discorra sobre todas as atrocidades dos católicos com as mulheres através da história, bem como toda sua ideologia de submissão feminina a seus senhores.
Quando o monsenhor aponta a necessidade de se reforçar laços familiares é disso que fala, é o mesmo que defender a escravidão da mulher ao lar e à família, ou seja, é impossível dizer que a mulher deve ter igualdade econômica, mas defender a família que é por excelência a bola de ferro no pé das mulheres, com jornadas duplas ou mais, trabalho doméstico, criação dos filhos, proibição do aborto entre tantos outros ataques.
A proposta da igreja católica de reforço de toda a opressão e suas mazelas de progressistas não tem nada. Só serve para manter a situação das mulheres cada vez mais degradante, logo, os católicos agem como sempre agiram, aprofundando essas desigualdades, só mudou o discurso com a roupagem moderninha da representatividade e empoderamento.