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CUT contra a farsa do dia 12

Além de denunciar o ato da direita, mobilizar os trabalhadores

A CUT e toda a esquerda classista precisam desmascarar o golpe da "terceira via", realizando um amplo trabalho nas bases de todas as suas categorias

Diante da falsa notícia de que as “centrais sindicais” teriam resolvido aderir à manifestação convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e outros grupos fascistas e da direita golpista chefiada pelo governador de São Paulo, João Doria, a direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT), publicou Aviso à Imprensa em seu Portal na internet em que – corretamente – informa:

A CUT, maior central sindical da América Latina, não participará, não convocará e não faz parte da organização de nenhuma manifestação/ato, anunciada para o próximo dia 12 de setembro

No breve comunicado a CUT reafirma que “luta contra toda e qualquer retirada de direitos, contra as privatizações, contra a PEC 32, que desmonta o serviço público, contra a fome, a carestia“, em oposição aos grupos e partidos (como DEM e PSDB e seus satélites) que convocaram o ato que – juntos com os apoiadores de Bolsonaro – aprovaram todas as medidas de ataques aos trabalhadores nos últimos anos.

Operação golpista

A manifestação do dia 12 é parte importante da operação golpista armada pela direita que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, na primeira etapa do golpe de Estado; que armou a condenação e prisão do ex-presidente Lula e a cassação de sua candidatura, na segunda etapa; e que, agora, quer evitar a derrota dos golpistas para a esquerda e uma vitória popular com a eleição de Lula, através da operação em torno da candidatura da “terceira via”, para o que precisam impedir o avanço e desmontar as  mobilizações pelo fora Bolsonaro que levaram milhões de pessoas às ruas desde 29 de maio passado.

Depois de fazerem campanha contra as manifestações (“fique em casa” e morra sem lutar), eles tentaram – sem sucesso – se infiltrar nas manifestações da esquerda, o que foi amplamente repudiado pelas bases das manifestações (só recebendo o apoio das direções que defendem a frente ampla com a direita golpista).

À frente do governo paulista, o patrono do ato do dia 12, João Doria, candidato preferencial da direita golpista para 2022, entregou a Avenida Paulista para Bolsonaro desfilar com seus apoiadores que defendem o golpe militar e tentou impedir, ditatorialmente, que a esquerda realizasse manifestações no dia 7 de setembro, o que foi devidamente enfrentado pelo Movimento Fora Bolsonaro. 

Na mesma ocasião, Doria e sua PM (dominada pelos bolsonaristas) anunciou que tinha reservado o dia 12 para protestos contra Bolsonaro, data que seus amigos da direita (MBL e Cia.) já tinham divulgado como dia de protestos “nem Lula, nem Bolsonaro”, ou seja, a favor da “terceira via”. 

Usando como pretextos os atos bolsonaristas do dia 7, que eles ajudaram a promover, esses canalhas armaram o golpe de apresentar as manifestações da direita como sendo “protestos contra Bolsonaro”, quando são apenas atos em favor dos seus próprios interesses contra os dos trabalhadores.

Toda uma operação foi montada para tentar limpar a ficha super suja de elementos da direita como o próprio Doria, Mandetta e outros políticos e partidos que ajudaram a “parir” o governo Bolsonaro, apoiando diretamente sua eleição (“BolsoDoria”), sabotando a campanha da esquerda que diziam integrar (como Ciro Gomes com sua viagem a Paris, entre o primeiro e o segundo turno de 2018) ou até mesmo integrando o governo genocida de Bolsonaro (como Mandetta, do DEM).

Eles não querem mobilização nenhuma, porque o que mais temem é a mobilização dos trabalhadores e de todo o povo explorado nas ruas que cria condições para um movimento que derrube não apenas Bolsonaro, mas todo o regime golpista que eles ergueram, apoiam e querem dar continuidade. Querem destruir a mobilização popular e manter uma encenação, um arremedo de mobilização que sirva aos seus planos golpistas de tirar Lula e a esquerda da disputa e impor uma alternativa da direita golpista.

Não por acaso, não se cansam de falar que querem algo como o movimento das “Diretas Já!”, de 1984, que a direita canalizou para uma esperada derrota no Congresso Nacional e posterior eleição de chefes da direita, apoiadores do regime militar, Tancredo Neves (fundador e presidente do Partido Popular – 1979/1982 – e depois governador pelo PMDB/MG) e José Sarney (ex-presidente do PDS, partido da ditadura militar).

Toda essa operação criminosa conta com o apoio de setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa, defensores da frente ampla e sempre prontos a colaborarem com a direita. Daí a adesão de elementos como Marcelo Freixo e Flávio Dino (PSB), Orlando SIlva (PCdoB) e Isa Penna (PSOL) e, integral ou parcialmente, de seus partidos. Bem como das “centrais” pelegas dirigidas por esses partidos ou diretamente por partidos patronais como no caso da Força Sindical, UGT etc.

Mobilizar os trabalhadores

Além de desmascarar os verdadeiros objetivos reacionários de toda essa operação é preciso manter e ampliar a mobilização pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e pelas reivindicações dos trabalhadores, de forma independente da direita golpista.

O poder de mobilização geral da esquerda e suas organizações de trabalhadores é superior ao poder de fogo de Bolsonaro, no entanto para que se concretize uma intensa campanha precisa ser feita, começando pela direção das principais organizações da esquerda, a CUT e o PT.

Bolsonaro mobilizou sua base. Mas ela, apesar de ser fiel e considerável, ainda é em torno de 20% da população. Nas ruas, é visível o repúdio popular a Bolsonaro e a toda a direita golpista.

No entanto, os atos do dia 7 de setembro, por parte da esquerda, foram em primeiro lugar extremamente pequenos, uma decorrência da covardia e da capitulação vista em todo período anterior, como também quando Bolsonaro decidiu colocar os fascistas nas ruas, boa parte da esquerda pequeno-burguesa correu a se esconder em casa.

Dezenas de milhares de trabalhadores decidiram mesmo assim sair às ruas, como no ato de São Paulo, passando por cima da ditadura de Doria, que queria proibir os atos e ameaçou de revistar e censurar as reivindicações dos manifestantes.

A tarefa central é que é preciso superar a paralisia e a total covardia das direções e colocar nas ruas uma intensa campanha de mobilização.

A CUT e toda a esquerda classista precisam realizar um amplo trabalho nas bases de todas as suas categorias, levantar a mobilização dos trabalhadores nos locais de trabalho e colocar em marcha um grande movimento popular. O PT e as demais organizações da esquerda devem se juntar à população nas ruas, panfletando, convocando e organizando o movimento para as próximas manifestações. E Lula, sobretudo, precisa marcar presença nos próximos atos, respondendo diretamente à ação de Bolsonaro nas ruas, com a mobilização dos trabalhadores.

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