Desde o golpe de Estado de 2016, verifica-se a queda de matrículas no ensino fundamental e médio no país. No total, são quase um milhão de estudantes a menos, no período entre 2016 e 2019, isto é, uma queda de 2%.
Os dados são Censo Escolar de 2019, divulgados na última sexta-feira (31) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Segundo este, o país tem uma população estudantil de 47,8 milhões de estudantes, 38,7 milhões na rede pública e 9,1 milhões nas redes privadas.
O ensino fundamental perdeu 767 mil alunos nos últimos quatro anos, enquanto o ensino médio sofreu uma perda 667 mil alunos. A modalidade de Educação de Jovens Adultos (EJA) caiu 7,7%, chegando a 3,2 milhões em 2019. Neste ano, o EJA teve o menor nível de investimento dentro de uma década.
Os governos golpistas de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (ex-PSL) têm promovido o sucateamento e desmonte da educação pública, o que tem resultado na queda no número de matrículas. Cada vez menos brasileiros frequentam as escolas e, por isso, ficam impossibilitados de aprender a ler e a escrever e se apropriar do patrimônio cultural, científico, tecnológico e filosófico que as escolas transmitem. Isso em um país onde o analfabetismo pleno e o analfabetismo funcional são problemas generalizados.
As condições econômicas do são fundamentais nesse processo de negação das condições do ensino. A política neoliberal implementada no país, resultado golpe de Estado, tem como consequência que amplas parcelas da população se encontram em situação de miséria crônica e enfrentam dificuldades para satisfazer as necessidades mais básicas de sobrevivência. Nestas condições, matricular-se, permanecer e dedicar-se ao aprendizado na escolas passa a ser um enorme desafio.
A extrema-direita golpista procura desmontar o ensino público, destruir a cultura e atacar os professores. Sua ideologia é obscurantista e anticientífica e o ideal é que a população trabalhadora e seus filhos não possam ter direito ao ensino, aprender a ler e a escrever, se apropriar do patrimônio cultural da humanidade e se organizar para lutar por seus interesses.