Após mais de seis horas de negociações no Kremlin, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciaram um cessar-fogo para encerrar semanas de confrontos na região síria de Idlib. A notícia foi divulgada na quinta-feira (5/03), em uma coletiva de imprensa em Moscou.
Com as negociações, a Rússia pretende diminuir as tensões entre Moscou e Ancara, sob o regime de Bashar al-Assad. Desde que se iniciaram os conflitos na região, incentivados pelo Imperialismo, a Rússia tem sido uma aliada fundamental da Síria em sua guerra contra o Estado Islâmico e outros grupos.
O acordo entre russos e turcos prevê ainda a criação de um corredor de segurança em alguns setores da estrada M4, que atravessa a província de Idlib e se constitui num eixo estratégico para Damasco. A criação do corredor de segurança demonstra que a Rússia não pretende abandonar o apoio que dá ao regime de Bashar al-Assad, apesar da aproximação com a Turquia. No local, serão organizadas patrulhas conjuntas de Moscou e Ancara.
Apesar do anúncio de cessar-fogo, a Síria ainda se encontra em risco já que a Turquia mantém bases militares na região de Idlib. Além disso, o presidente turco garantiu que irá responder com todo o seu poder a qualquer ataque por parte de Damasco, muito embora a posição da Síria no conflito seja defensiva.
A população síria é quem mais tem sofrido com o conflito na região desestabilizada nas últimas décadas por culpa do Imperialismo. Quase um milhão de pessoas fugiram em direção à fronteira com a Turquia que já abriga 3,6 milhões de sírios em seu território.