Uma matéria do jornal Estadão afirma que segundo o IFI (Instituto Fiscal Independente) do Senado, os gastos do estado com o Covid-19 mais as perdas de receitas devido à desaceleração da economia levarão a dívida do governo a 912,4 bilhões de reais em 2020, sendo que a maioria dela é do governo federal.
A relação da dívida do estado com o PIB em %, dará um salto de 20%, indo de 75,8% para 96,1% em 2020 e em 2022 ultrapassará os 100%. Isso numa expectativa otimista.
O instituto aponta ainda a redução do PIB entre 6,5% e 10,2% para este ano e para 2021 crescimento de 2,5%, portanto sem recuperar as perdas sofridas em 2020. Tudo isso se a crise se encerrar em 2020, caso contrário as projeções poderão ser bem piores.
Neste cenário do IFI, o Brasil só voltará a ter as contas em azul em 2033 e acumulará duas décadas de contas em déficit, ou seja, no vermelho.
Lembrando que o PIB de 2019, segundo o IBGE, foi de 7,3 trilhões e já com queda de 3,5% em relação ao ano anterior, somando-se o cenário descrito pelo IFI do senado, podemos ver o tamanho do rombo na economia e as consequências para a vida do povo.
Ao mesmo tempo que órgãos internacionais noticiam que a renda dos 1% mais ricos aumentam ano após ano, enquanto os outros 99% da população mundial diminui sua renda.
E esse critério pode ser aplicado para cada país em separado, indicando que o Brasil tem a mesma distribuição de renda, talvez pior se comparado com os países desenvolvidos como EUA, Alemanha, França, Inglaterra e Itália.
Desse modo continuaremos a assistir, ano a ano, ao crescimento da fome, miséria, desemprego, degradação de toda condição de vida para os mais pobres até 2033, talvez mais adiante ainda.
Pensando que já assistimos isso desde já, e tem a questão das falências de empresas que ocasionam menos oportunidades de emprego de forma generalizada. Pergunta-se como o povo poderá sobreviver diante dessas crises?
Só temos no horizonte aumento do desemprego, falta de atendimento médico, falta de escolas e creches, transportes em situação precária, falta de medicação nos postos de saúde e ainda sabemos que tudo isso irá piorar.
Consideremos também que estamos na subida da curva de mortes por coronavírus, e já ultrapassamos os 44 mil mortos, e nada de isolamento sério. Muitos trabalhadores são obrigados a ir ao trabalho em ônibus e trens lotados para não perder o emprego. E assim ficam expostos ao contágio pelo vírus e ainda podendo infectar a família também.
Sem políticas do estado para conter o vírus e o desemprego na economia, o empobrecimento do povo atingirá escalas nunca vistas antes na história. Assistiremos a imensas massas de moradores nas ruas e favelas sem comida, sem banho, sem água, homens, mulheres e crianças. Um verdadeiro circo de horrores contra os seres humanos pobres.
Diante desse quadro de desespero, será fundamental que esse povo se una em conselhos populares nos bairros, nas empresas e escolas. Discutam os problemas e elejam as prioridades que deverão atuar para resolver ou pelo menos amenizar o sofrimento com a situação.
Organizar também conselhos de autodefesa para a proteção do povo, pois é certeza que estarão expostos a repressão e morte por parte das polícias e das milícias fascistas.