Jeff Bezos, o CEO e fundador da Amazon, e Bill Gates, da Microsoft, são, respectivamente, o primeiro e o segundo homem mais rico do mundo, com a fortuna de US$ 200 bilhões de Bezos e US$ 110 bilhões de Gates.
E a fortuna de Bezos poderia ser ainda maior se, em 2019, ele não tivesse feito o acordo de divórcio mais caro da história, quando se separou de MacKenzie Sco . Ele concordou em dar à ex-mulher 25% de sua participação na Amazon, ações que valem hoje US$ 63 bilhões.
A Amazon é o carro chefe de Bezos e a que justifica o faturamento monstruoso do milionário. Mais de 90% dos R$ 204,6 bilhões da fortuna são oriundos da participação acionária que tem da empresa de algo em torno a 11%.
A Amazon é responsável por cerca de 5% das vendas no varejo nos Estados Unidos. Sua previsão para venda em 2021 é de chegar a US$ 302 bilhões, e superar os US$ 222,6 alcançados em 2019.
Bezos foi o mais jovem vice-presidente sênior de um fundo de cobertura nos EUA, e teria feito carreira em Wall Street não fosse ter tido a visão da promissora venda pela internet, que, inicialmente já havia estimado arrecadar, em 1994, quando começou com o negócio, US$ 74 milhões em vendas até 2000, mas foi surpreendido já em 1999 com um faturamento de US$ 1 bilhão em vendas.
Segundo especialistas, o sistema que envolve as vendas da internet, e que implica em logística, fretes e meios de pagamento, é a alma do negócio que deu certo e que inspira outras empresas que procuram trilhar o mesmo caminho.
Embora esteja na linha da discussão os aprimoramentos tecnológicos, com os novos hábitos adquiridos com a pandemia, não resta a menor dúvida de que só foi possível um crescimento estrondoso, tanto da fortuna, quanto do mercado da rede virtual, pelo esforço de muita gente que trabalha nos bastidores desse cenário, trabalhadores que fazem com que esse ecossistema de vendas possa funcionar, mas que nunca verão 1% do ganho de Bezos teve no último ano, em toda a sua vida, e ainda por cima, não têm sequer um plano de saúde que lhe assegurem o bem estar quando adoecerem, o que, via de regra, acontece pelas péssimas condições de trabalho.
O problema da distribuição de renda desigual é o que movimenta tanta pesquisa em tecnologia e busca de novos mercados. Não fosse a burguesia e o imperialismo se apropriar da mais valia, lucro retirado da acumulação do capitalismo à custa da superexploração do trabalhador, não haveria como investir em novos mercados.
Foi com essa lógica que foi possível o capitalismo se desenvolver e chegar ao que estamos vendo hoje: um mundo absolutamente desigual e injusto, com a concentração de renda e riquezas nas mãos de pouquíssimos e milhões mortos de fome, na miséria e sem emprego e uma perspectiva de vida digna. Mas tudo isso feito às custas do sofrimento e da exploração do trabalhador.
A única saída capaz de resolver o problema requer uma ruptura revolucionária da classe trabalhadora com as relações capitalistas de produção, com vistas a se apropriar dos meios de produção e conseguir uma real emancipação humana, acabando de vez com a “má distribuição de renda”. Com certeza, estando diante do declínio da propriedade privada dos meios de produção e do domínio do Estado pelos monopólios, os próprios meios de produção de propriedade comum garantirão a abundância e o fim da miséria que tanto nos assombra.