Com a crise do coronavírus e o fechamento das escolas e universidades, os governos de direita aproveitaram-se da situação para promover a expansão do Ensino à Distância (EaD). A modalidade EaD, em si, não seria um problema, se tivesse um caráter complementar, e se o projeto dos governos não fosse a total substituição do ensino presencial pelo modelo à distância.
O governo golpista de Bruno Covas (PSDB) já começou a implementar a escola à distancia desde o dia de ontem (13). Os dois primeiros dias serão de treinamento — enquanto isso, foi mandado materiais didáticos para a casa dos alunos. Os professores estão bastante apreensivos com a situação, pois são alunos muito pequenos e a realidade do Brasil é que muitos não têm sequer acesso à internet.
A ideia do Ensino à Distancia é de cortar gastos com o pagamento de professores e funcionários, manutenção de infraestrutura, permanência escolar – transporte, alimentação – e material didático.
Os grandes conglomerados da educação atuam na área de EaD e fazem um intenso lobby junto aos governos pela expansão desta modalidade tanto no ensino fundamental quanto no EJA e nas universidades. O objetivo destas empresas é fechar contratos com as secretarias de educação e conseguir ter acesso ao orçamento público, como é o caso da Fundação Lemann, que opera as plataformas da Secretaria de Educação do Estado de SP.
Nem sequer faz sentido discutir a modalidade EaD sem que seja garantido aos alunos, por parte do Estado, aos equipamentos necessários, como acesso à internet, computadores, tablets e etc., que deveriam ser distribuídos e assegurados gratuitamente a todos os estudantes e educadores da rede pública.
Os governos têm usado a questão da quarentena como pretexto para avançar nos ataques à educação pública. Ao invés de adotar medidas efetivas de proteção à população, faz demagogia e não adota medidas efetivas de proteção, como distribuição de equipamentos de proteção ee higiene, testes em massa, pesados investimentos e contratação de milhares de servidores na área da Saúde etc.
Contudo, o fato é que a quarentena represente prejuízo aos alunos, isso não pode ser usado nem para suspendê-la e muito menos para montar um sistema farsa de EaD, sem qualquer estrutura e preparação prévia. Agora, trata-se de proteger suas vidas e suas famílias contra o contágio
Os sindicatos devem abrir suas sedes e lutar contra essa liquidação do ensino público, que já era o objetivo dos golpistas antes, porém com a pandemia os governos fascistas, estão colocando em andamento a EAD sem resistência. É preciso, portanto que o Sindicato dos Professores organize a luta contra as atrocidades dos golpistas.