Durante a tarde de ontem (dia 18), professores e funcionários da escola pública ocuparam a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP) contra os ataques do governador Ratinho Jr. (PSD). O governador bolsonarista do Paraná tem atacado sistematicamente a categoria e no último período lançou uma nova ofensiva, com medidas como a militarização de 232 escolas e a realização de prova objetiva para a seleção de professores e funcionários temporários, os chamados PSS (Processo Seletivo Simplificado).
Professores e funcionários voltaram a se mobilizar recentemente, quando circulou a notícia que o governo de Ratinho Jr. faria uma mega projeto, o maior no País, de militarização das escolas, colocando policiais militares para gerir escolas administrativa e pedagogicamente. Enquanto atacava pelo flanco ideológico, o governo lançou abriu o edital 47/2020, que impõe a realização de prova objetiva para a seleção do PSS.
Desde então, a categoria fez vários atos na capital e chegou a ocupar a SEED (Secretaria de Estado da Educação) por duas vezes. Uma há duas semanas, outra ontem, com professores indígenas. Desde do início desta semana, após um novo ato na capital parananense, a categoria montou uma tenda na praça em frente ao Palácio do governo e começou a receber professore de outras regiões do estado, preparando um acampamento exigindo que o edital da prova para PSS fosse revogado.
Foi quando souberam, nesta terça, que o governo mais uma vez adiaria a reunião com a categoria, para discutir a reivindicação, que professores e funcionários da escola pública, sobretudo os PSSs, ocuparam a ALEP para exigir que a reunião fosse realizada ainda na quarta a noite.
“Hoje somos 50, se não tiver resposta amanhã seremos 50 mil”
Com essa fala, que pode ser ouvida no vídeo da ocupação, os professores e funcionários mostram que estão dispostos a lutar contra o governo bolsonarista do Paraná pela a revogação da prova para PSS, pela extinção das escolas militares e pela realização de concursos públicos para a contratação de professores e funcionários, afetados pela terceirização irrestrita dos governos da direita que passaram pelo Paraná.
O deputado professor Lemos (PT), deu o informe de que os líderes do governo disseram que poderiam fazer a reunião nesta quinta (19) caso a categoria desocupasse o prédio da ALEP. A categoria corretamente repudiou o informe e exigiu que a reunião fosse feita ainda nesta quarta.
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Militarização das escolas
O governo colocou a toque de caixa, 232 escolas para fazerem a consulta sobre a adoção do modelo de escolas militares, que ficaram conhecidas pela categoria como Escolas Com Fascismo. Em poucos dias o governo mobilizou elementos de direita, inclusive em cargos de chefia em NREs (Núcleos Regionais de Educação) ou mesmo da comunidade escolar, como pais direitistas e da extrema direita, para assediar a comunidade escolar a votar pela aprovação da escola militarizada.
Em locais onde a esquerda se mobilizou, o governo foi derrotado na votação. No entanto, esta mobilização foi insuficiente e a maior parte das escolas aderiu ao modelo da militarização. É preciso acabar com essa tentativa do governo em impor um regime de terror nas escolas.
Mobilização e greve
Está claro que a situação no Paraná está se agravando e que o confronto com o governo bolsonarista de Ratinho Jr. é inevitável. Por isso, a categoria não deve procurar diálogo com setores do governo golpista, mas sim colocar todos os seus recursos na mobilização dos professores e funcionários, para impor uma derrota ao projeto fascista de militarização da escolas, a derrota da prova para PSS e mais, a realização de concursos públicos para suprir os quadros insuficientes de professores e funcionários na Escola Pública do Paraná.
Por isso, nós da corrente Educadores em Luta, saudamos a ocupação da ALEP e chamamos os professores e funcionários a barrarem a ofensiva fascista no Paraná através da única arma que nós trabalhadores temos: o poder da nossa mobilização.
Está na hora de construir a greve pelo Fora Ratinho, Bolsonaro e todos os golpistas.