A CUT e a Federação Única dos Petroleiro – FUP, informaram que os trabalhadores do Sistema Petrobras encerraram nesta terça-feira, 28, as assembleias nas bases com aprovação greve por tempo indeterminado, contra as demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen) e o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A FUP conta na sua base com 13 sindicatos. Todos eles já enviaram comunicado à gestão da Petrobrás e das subsidiárias, informando o início da greve, a partir do primeiro minuto de sábado (01/02).
Como as privatizações estão trazendo junto consigo fechamento de unidades e muitas demissões e transferências, a categoria luta em defesa da manutenção dos empregos. As negociações começaram por ocasião dos Acordos de Trabalho pactuados com as representações sindicais, onde incluíram cláusula impedindo as demissões sem prévia negociação com o sindicato. Mesmo assim, os acordos (ACT) não estão sendo respeitados. A despeito do Acordo Coletivo, a Petrobrás anunciou a demissão sumária dos trabalhadores da Fafen-PR, que souberam do fato pela imprensa. Nem o sindicato, nem a FUP foram sequer informados sobre essa decisão arbitrária.
Infelizmente, o desrespeito e descumprimento do ACT tem sido a regra e não a exceção. Exemplos não faltam disso: tabela de turno, banco de horas, hora extra na troca de turno, relógio de ponto, interstício total, PLR, mudanças na Assistência Multidisciplinar da Saúde – AMS, transferências arbitrárias de trabalhadores… e agora a demissão em massa em uma empresa 100% Petrobrás, sem que fosse dada qualquer alternativa aos trabalhadores.
Essa ideia de descentralização do Estado não passa da implementação da velha política econômica do neoliberalismo, que, inspirado em Adam Smith, David Ricardo, Hayek, Mises, Milton Friedman, só para citar alguns dos pilares do liberalismo, têm sido a grande influência dos Chicago Boys Brasileiros, e que, inclusive, determina a orientação de Paulo Guedes, o guro da economia de Bolsonaro, nosso ilegítimo presidente eleito na farsa eleitoral produzida pela burguesia nas eleições de 2018, para “enxugar” o Estado e privatizar todas as estatais criadas pelos governos anteriores, o que, logicamente, inclui a Petrobrás, sob o pretexto de deixar ao mercado e à livre concorrência a atribuição para desenvolver a economia.
A luta da categoria passa por uma questão política e não econômica a ser negociada em acordos coletivos, como tem sido a tônica dessa liderança sindical. Enquanto as lideranças não decidirem por um confronto político, uma luta contra o governo de Bolsonaro, e que tenha por objetivo a derrubada do governo e essa ideologias neoliberais, só o que veremos será a derrota atrás de derrota.
O momento é de apoio à Greve dos Petroleiros sim, mas mais do que nunca com a política certeira do Fora Bolsonaro, que é a única que considera a derrubada desse governo que introduz a pauta do imperialismo na ordem do dia, colocando para a população que o movimento sindical atrapalha a escolha do trabalhador na hora de vender a sua força de trabalho, e que o livre mercado deve pautar a desconstrução de um Estado Publicista para um Estado Privatista.