O ensino à distância não é uma medida paliativa para a crise, é um prato cheio para os grandes capitalistas que lucram com o sistema educacional. A intenção é firmá-lo para que se torne o estimado “Futuro da educação”, ou seja, a privatização do ensino público. Ao mesmo tempo em que o Ead é um ataque às organizações estudantis, é um sucateamento do ensino para barateá-lo e facilitar a exploração do povo.
São nas escolas e nas universidades onde os estudantes se organizam politicamente para lutar contra a totalidade opressiva. O objetivo do governo direitista é conter ao máximo essa mobilização. Além disso, podem gastar menos com os custos trabalhistas e as dependências físicas, tendo apenas que organizar uma rede de telecomunicação mais ou menos eficiente. Assim, os problemas técnicos do Ead são contornados para consolidá-lo como a salvação da educação brasileira.
No Distrito Federal, a Secretaria de Educação impôs um “Plano de validação das atividades pedagógicas não presenciais”. Agora, contratará quatro emissoras que passarão a dar teleaulas para os estudantes, que deverão realizar as atividades pela plataforma online ou por apostilas disponibilizadas para contabilizar sua frequência. As equipes escolares apenas aguardam por mais informações.
A direita apresenta como se não houvesse saída diferente para a crise, e que seu antigo projeto é a única solução para o momento em âmbito educação. Na realidade, ela não tem interesse algum em solucionar e combater a crise, apenas pretende sobreviver a ela enquanto o povo a segura nas costas. O governo doa bilhões aos bancos, e dá migalhas para quem está doente, quem não tem terra e quem tem fome, ainda, força as pessoas a trabalharem e pegarem o vírus.
O Ead tem de ser encarado como um ataque político contra os estudantes, chega a ser ridículo considerar que alguém aprende por uma teleaula. Sem contar que só uma minoria de estudantes, os quais tem melhor condição financeira, conseguem participar efetivamente das plataformas online, independente dos esforços da imprensa burguesa para dizer o contrário. Ao passo em que muitos morrem nas mãos da fome, do vírus e da PM, a direita se aproveita da paralisação do movimento estudantil para aprovar todas as suas medidas autoritárias.
É por isso que precisamos lutar por aquilo que Bolsonaro e seus aliados governadores se recusam a fazer, cancelar o calendário letivo até que seja seguro. A UNE e a UBES, que contam com milhões de estudantes em suas bases, se recusam a mobilizar a comunidade estudantil, mas só ela pode decidir como deve ser tratado o desenvolvimento da educação nacional. A Aliança da Juventude Revolucionária, a juventude do Partido da Causa Operária, é contra o Ead em todos os níveis e luta para mobilizar os estudantes para que o calendário letivo seja organizado por eles.