A fábrica da multinacional francesa Renault, em São José dos Pinhais (PR), anunciou a demissão de 747 operários de suas quatro unidades no Paraná.
As demissões ocorreram após os trabalhadores rejeitarem, em assembleia da categoria, a proposta do Plano de Demissão Voluntária (PDV) apresentada pela direção da empresa. A justificativa é que as vendas caíram 47% no primeiro semestre de 2020, como consequência da pandemia do COVID-19.
Os metalúrgicos aprovaram uma greve por tempo indeterminado. A categoria conta com 5.100 trabalhadores. Uma decisão judicial determina que a Renault recontrate os 747 demitidos. As mobilizações grevistas da categoria passam por cima da política do sindicato pelego, controlado pela Força Sindical.
É necessário avançar, manter a greve por tempo indeterminado e ocupar as unidades da Renault para impedir todas as demissões. Os patrões e os sindicalistas pelegos buscam manobrar para fazer os trabalhadores baixarem a guarda. A determinação da Justiça tem esse significado.
Os capitalistas têm se aproveitado da pandemia do coronavírus para realizar as demissões, rebaixar salários e retirar direitos trabalhistas. As medidas propostas pelo governo Jair Bolsonaro e pelo bloco político da direita no Congresso Nacional, como a MP 936, se direcionam a liquidação da CLT e destruição das organizações operárias e sindicais. A negociação individual entre patrão e empregado, por exemplo, significa o fim dos sindicatos.
Os operários da Renault devem permanecer em greve e obrigar a empresa a recontratar os demitidos. Os salários e empregos devem ser mantidos. A crise econômica, aprofundada pela pandemia, não é responsabilidade dos trabalhadores. A burguesia passa para a ofensiva em nível mundial, de forma a descarregar todo o peso da crise econômica sobre os trabalhadores, realizar demissões, desregulamentar as relações laborais e intensificar a exploração do trabalho.
É necessário reivindicar a também nas metalúrgicas a redução da jornada de trabalho sem redução de salários; a escala móvel das horas de trabalho com a repartição das horas de trabalho necessárias para a produção entre todos os trabalhadores, de forma que todos possam trabalhar.
As organizações políticas e sindicais da classe operária não podem permitir que parcelas cada vez mais significativas de sua classe caiam no desemprego, o que significa cair na miséria e na desorganização social. A manutenção dos empregos, salários e condições de vida são reivindicações centrais neste momento de pandemia.
Os trabalhadores não devem confiar nas propostas de conciliação da burguesia e tampouco nas manobras de suas instituições políticas, que atuam unicamente para iludir e desarmá-los política e organizativamente.