No mês de março a Alemanha sofreu queda histórica de 9,2% na produção industrial comparado com fevereiro. A matéria da revista exame, baseada em informações da Destatis – agência de dados do país, aponta que o fraco desempenho se deve ao forte impacto pela pandemia. Os cálculos foram feitos com ajustes sazonais.
Foi a maior queda desde o início da base de dados de janeiro de 1991. A previsão, feita por analistas consultados pelo The Wall Street Journal indicava 8,8% de queda, portanto abaixo do que se constatou na prática.
Enquanto que o setor manufatureiro teve queda de 11,6%, o setor de construção teve aumento de 1,8% no período.
Comparados com março do ano passado, a produção industrial alemã apresentou queda de 11,6%. Os cálculos foram feitos sem ajustes .
Informa ainda a matéria que os dados da produção industrial de fevereiro foram revisados, apontando crescimento de 0,3% comparado com janeiro, e na comparação anual apresentou queda de 1,8%.
Os dados são alarmantes e mostram que o impacto do coronavírus acelerou o processo nessa crise do capitalismo. A mesma tendência pode ser estendida aos demais países. Em apenas um mês a queda foi de 9,2% numa das mais estáveis economias do mundo hoje. Estejamos atentos ao que ocorrerá até o final do ano, e posteriormente, mundo afora.
Lembremos que o sistema capitalista começou a apresentar sinais de exaustão ainda no século XIX, época de seu melhor desempenho. A partir de então começa a entrar num processo de decrepitude e exaustão. Seguindo o conceito da vida, onde tudo segue o mesmo fluxo: de nascimento, crescimento, degeneração e morte, podemos dizer que esse sistema encontra-se entre as fases de degeneração e morte.
A evidência da exaustão do sistema observa-se nas inúmeras crises que vem se apresentando desde então. Destacamos as principais: I Guerra Mundial, Revoluções Russa, Chinesa, Cubana, Vietnamita, Coreana, II Grande Guerra, a dos tigres asiático e, a de 1974.
A própria mudança ocorrida no capitalismo, resultando na fase imperialista no início do século XX, é outra evidência da decrepitude. Nessa fase se destaca a formação de monopólios que controlam toda produção e comércio em âmbito global, deixando para trás o “livre mercado”.
Como as crises são sempre de superprodução, onde as mercadorias não encontram compradores, e a acumulação não se realiza por completo. Nessa situação acentua-se a concentração da renda a favor dos mais ricos. Pobres mais pobres e ricos mais ricos.
Abre-se espaço para períodos de grandes revoltas populares. A classe operária não satisfeita em ter que passar por fome e miséria ante a abundância da produção de mercadorias, põe em marcha sua ira contra os senhores de sua servidão. É exatamente diante das crises que as maiores contradições de classe se afloram e mostram toda sua verdadeira natureza. E também toda potência de luta.