Nos dias 3 e 4 de julho, deu-se o assassinato do líder indígena Rubilio Papelito e do ex militante da FARC Dorman Canticuz Diaz. Com isso, a sanha assassina da ditadura colombiana chega a números alarmantes, de modo que só em 2020, na Colômbia, morreram cerca de 47 indígenas, 14 durante o lockdown. Por outro lado, chegou-se a 215 militantes das FARC assassinados desde a entrega das armas pela organização, que se deu em 2016. Ao longo do governo fascista de Ivan Duque, a Colômbia já teve quase 1.000 militantes políticos e lideranças comunitárias assassinadas.
Recentemente Carloz Ruiz Massieu, chefe da Missão da ONU na Colômbia, logo a serviço do imperialismo, declarou que enxerga o acordo de paz entre as FARC e a burguesia prestes a se desfazer. Enquanto a burguesia ataca as organizações populares se torna evidente a necessidade de uma reação armada da população, o que aliás pode acabar custando caro ao domínio imperialista sobre o país.
A quarentena, de acordo com acusações, tem sido cenário ideal para fascistas intensificarem os ataques contra militantes políticos e lideranças populares. O que joga por terra o preconceito pequeno-burguês de que as lutas devam ser cessadas no transcorrer da pandemia em nome de uma suposta unidade nacional. Outra fantasia tipicamente pequeno-burguesa que tem se mostrado falacioso é a busca pela burocracia judicial, pela solução dos conflitos oriundos da luta de classes pelos meios institucionais, pois mesmo diante desse massacre, Ivan Duque nem ao menos convoca a Comissão Nacional de Segurança, instância responsável por deter os assassinatos contra ex-combatentes da FARC, o que evidencia um descarado conluio do fascista para com os paramilitares, onde nem mesmo se preocupa com aparências democráticas por parte deste capacho dos EUA.
As FARC cometeram um erro muito grande quando entregaram suas armas em 2016. A burguesia não cumpriu com a sua parte no acordo mas finalmente, isso está longe de ser uma novidade. Afinal, os capitalistas nunca tiveram (fica claro agora) a menor intenção em cumprir com a palavra, tendo antes visto a deposição de armas como uma oportunidade única para fazer aprofundar os ataques e a natureza fascista do Estado, intrínseca ao regime colombiano. Os partidos, organizações populares e movimentos sociais devem aprender com o erro, o desarmamento da população como uma medida reacionária onde apenas a classe trabalhadora é alienada do seu direito à auto defesa, o que é fatal para as lideranças dos movimentos populares e implica num enorme atraso ao desenvolvimento da luta de classes.