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Uruguai

Mujica, o conciliador

A história de Mujica, ex-presidente do Uruguai, mostra que, desde o princípio, levou uma política confusa que, mais tarde, se transformou num verdadeiro direitismo pró-imperialista

Nesta última semana, o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, deu adeus à sua vida política e anunciou a sua aposentadoria aos 85 anos de idade. Em sua juventude, Mujica fundou e participou do Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros, lutando contra a ditadura e permanecendo preso por mais de 15 anos. Mesmo que tenha travado uma luta combativa durante o regime militar, moldou sua política ao ponto de que, ao longo de sua vida, praticou uma política verdadeiramente direitista e conciliadora, apoiando, inclusive, o próprio imperialismo. Para demonstrar tal acusação, passaremos por uma série de fatos envolvendo Mujica que colocam em xeque seu verdadeiro posicionamento.

Antes de tudo, vale voltarmos para a vida política de Mujica logo após a ditadura militar. Foi um dos principais articuladores do partido uruguaio Frente Ampla (Frente Amplio – FA), partido que, por definição, representa uma armadilha para a classe operária no sentido de que a coloca à reboque da direita, colocando em primeiro lugar a luta dentro do parlamento por meio da conciliação da esquerda com a burguesia. Após o ingresso de uma ala direitista ao FA, o partido levou uma política extremamente neoliberal, representando uma verdadeira traição ao povo uruguaio que havia saído há pouco de uma ditadura sangrenta. Logo de cara, vemos que Mujica não é o grande revolucionário que muitos acreditam ser, mas sim um burocrata que fez diversos acordos com a burguesia e o imperialismo.

Depois disso, é preciso lembrar que, durante seu governo, Mujica nomeou Luis Almagro como seu Ministro de Relações Exteriores. Logo após o fim do mandato de Mujica, Almagro tomou posse do cargo de Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), um dos principais órgãos imperialistas responsável pela intervenção direta em diversos países da América Latina. Ou seja, um dos principais aliados de Mujica é, na verdade, agente de alto escalão do imperialismo, participando ativamente de intervenções e guerras na Venezuela, em Cuba e na Nicarágua. Ademais, Mujica teve como Ministro da Economia Danilo Astori, que levou uma política extremamente neoliberal, aliada à política do FMI, dando continuidade aos governos anteriores do FA, entregando o patrimônio nacional ao imperialismo.

Por mais que tenha sido preso em condições genuinamente desumanas durante a ditadura militar, durante seu governo, Mujica levou à frente uma política grotesca em relação aos crimes cometidos pelos militares durante o período. Protegeu uma série de torturadores, impedindo a continuação de processos contra eles e, como se já não bastasse, chegou a dizer que seriam “velhos coitados”, agindo em total contraposição ao seu posicionamento durante sua juventude.

Além disso, durante seu governo, realizou uma série de privatizações, seguindo sua política de entreguismo. Privatizou os fundos de pensão da população e, de forma mais escancarada, deu continuidade ao projeto de privatização da produção de celulose, retirando a terra de milhares de camponeses e um dos principais patrimônios econômicos do País.

Um último fato que é digno de nota por este Diário é a história que Mujica tem com o imperialismo. Durante seu governo, chegou a elogiar diversas vezes o governo de Barack Obama e, além disso, foi um dos responsáveis pela visita de Bush, um dos maiores imperialistas de todos os tempos, ao governo de Tabaré Vásquez, também do FA. Ademais, fez duras críticas ao governo de Maduro, defendendo a política imperialista dentro da América Latina.

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