Mais um ex-combatente é assassinado na Colômbia, denunciou as partido das Forças Revolucionárias Alternativas do Común (FARC). Dessa vez foi Paula Andrea Osorio García, que pertencia à 24ª frente da organização no departamento de Chocó, e que depôs as armas em Vidrí, Vigía del Fuerte (Antioquia).
Depois que, em 2016, o governo colombiano ratificou o cessar-fogo com as FARC, camponeses e seus apoiadores não param de ser assassinados. Com o cessar fogo a deposição das armas vieram como consequência e condição do acordo. Entretanto, como o governo continuou armado, um grupo paramilitar equipado pela direita, elimina todo aquele que expressamente se opõe à política do governo fascista e ditatorial.
Em 2018, um processo fraudulento capitaneado pela direita elegeu à Presidência da República o ultraconservador Ivan Duque, figura ligada ao controvertido ex-presidente Álvaro Uribe, e deu novo fôlego institucional aos setores refratários aos Acordos de Paz de Havana. As eleições eram o canto de sereia que seduziu a esquerda que se negou a construir Comitês de defesa dos trabalhadores enquanto avançava o fascismo. Iván Duque, 41 anos, foi eleito para presidir a Colômbia até 2022.
Com Iván Duque como presidente do país, os assassinatos seletivos contra lideranças sociais e ex-combatentes, assim como os massacres se intensificaram em todo o território colombiano.
De acordo com o balanço do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), até o último dia 22 de novembro, 76 massacres foram registrados na Colômbia em 2020.
Nessa escalada, o terror fascista avança, e, em meio a um processo de privatização do setor financeiro com acordos com o FMI, pelo menos 983 líderes sociais, dos quais quase a metade são mulheres, foram ameaçados de morte na Colômbia. Esta é uma denúncia de Carlos Negret, chefe da Defensoria del Pueblo, agência responsável pela defesa dos direitos humanos no país.
Preso à dominação estrangeira dos norte-americanos e a essa oligarquia conservadora e fascista, o povo se esforça e luta para se ver livre da opressão que lhe é imposta, e conseguir pôr um fim a esta dominação. Mas está sendo preciso passar por um banho de sangue contra as lideranças comunitárias e aos guerrilheiros, como a que vem acontecendo, para reconhecer a ingenuidade do acordo de paz, e todo o seu sacrifício em troca de nada.