Uma pesquisa que estuda o impacto da disseminação do novo coronavírus, focando nas questões das mudanças no trabalho e na inserção econômica, aponta que metade das mulheres brasileiras passaram a cuidar de alguém nesse momento de “confinamento”.
Um estudo realizado pelas organizações Gênero e Número e Sempreviva Organização Feminista (SOF), aponta variações nos dados de acordo com cada pauta identitária. As autoras do estudo defendem que não há possibilidade de discutir um mundo pós pandemia sem considerar o fator do cuidado com a sustentabilidade da vida, que se tornou evidente e alarmante nesse período pandêmico.
O estudo alerta para esse aumento nos números, como por exemplo, para 72% das ouvidas, aumentou a necessidade de monitoramento e companhia. É o caso de quem possui demanda de cuidar de crianças, idosos ou pessoas com deficiência, que se tornou uma tarefa inviabilizada pelo fato de que em paralelo aos cuidados, as mulheres também estão inseridas nos meios de trabalho.
Nesse sentido, de acordo com os dados da pesquisa, para 40% das consultadas, a pandemia colocou a sustentação da casa em risco, pois como já dito, as mulheres foram colocadas em situação de sobrecarga. Um exemplo disso é que, dentre as entrevistadas, 41% informaram ter continuado o trabalho durante a pandemia, com maior carga de tarefas. “Além disso, as relações entre trabalho e atividades domésticas se imbricaram ainda mais, e se antes pagar por serviços era a solução possível para algumas, a pandemia mostrou a intensificação do trabalho das mulheres”, analisam as autoras.
Ao longo da história, observa-se que são em momentos de crise, que a direita burguesa aproveita para impulsionar seus projetos reacionários. Com a crise do coronavírus isso não tem sido diferente. Desesperada com a decadência do capitalismo e como já observado na educação e saúde, a burguesia covarde vem utilizando de todos os métodos para atacar a população, aproveitando a situação fragilizada e o enfoque midiático na crise sanitária para manter-se no poder imperial.
Nesse sentido, sempre foi um projeto direitista subjugar as mulheres e colocá-las num patamar de dependência dos homens, como forma de manter a estrutura familiar do capital e o tal modelo perfeito continuar sendo a engrenagem do sistema capitalista defendido pelo imperialismo, regrado pela política atual dos dirigentes do país.
Finalmente, observa-se a continuidade tendenciosa da burguesia, utilizando-se do momento pandêmico para retirar completamente as mulheres do mercado de trabalho. Deve-se atentar, como já dito, principalmente ao papel histórico capitalista imposto para a mulher, como função fundamental ser mãe, objeto e manter-se em ambiente familiar, criando assim a famosa ideia do modelo mercantil de família, modelo ideal para a venda e para manter o capitalismo aceso.