O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, publicou, pelo twitter, uma Nota à Nação Brasileira ameaçando o STF e o país com um golpe militar ou “consequências imprevisíveis para a nação” caso fosse solicitada, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a apreensão do telefone do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, para perícia, na investigação que apura se ele interferiu na PF (Polícia Federal). Depois dessa nota, um grupo de militares da reserva divulgou um comunicado, no último fim de semana, apoiando o ministro.
Na nota, os militares colegas de Heleno na Academia das Agulhas Negras (1971, em pleno governo Médici), levantam a possibilidade de “guerra civil” e atacam diretamente o STF, ao qual chamam de um “bando de apadrinhados” e acusam de falta de “decência” e “patriotismo” e afrontam com voz de comando: “Alto lá, ‘ministros’ do stf!”.
Mostrando que se trata de uma operação de governo, o próprio presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, endossou a posição golpista ao retuitar a Nota do general Heleno.
Ambas as declarações, somadas a outras iniciativas, como atos em frente ao Quartel-General do Exército e ao Palácio do Planalto, em favor do golpe militar e do fechamento do STF e do Congresso Nacional, são explicitamente uma clara ameaça golpista; ameaças já repetidas em outras oportunidades – como diante da possibilidade de libertação do ex-presidente Lula, em 2018 , diante da qual o STF, “coincidentemente”, manteve a posição de violar a Constituição e manter Lula preso.
Um dos assinantes da Nota e membro da Comissão de Anistia (onde atua para acabar com a anistia para preso, torturados e assassinados pela ditadura militar), o general Luiz Eduardo Rocha Paiva, procurou explicar que a “guerra civil” é o último cenário caso o conflito com o Judiciário não seja resolvido antes de uma “crise institucional” e de uma “convulsão social”.
O relator do processo no STF, ministro Celso de Mello, encaminhou, no último dia 21, pedido de avaliação à Procuradoria Geral da República (PGR), por conta de notícia-crime feita pelo PDT, PSB e PV, na qual os partidos solicitam a apreensão dos telefones do presidente e do seu filho, senador Flávio Bolsonaro, por conta de denúncias.
Diante das manifestações abertamente golpistas, setores de “oposição” e de dentro do próprio regime golpista, como o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM), protestaram. Maia declarou que o pronunciamento de Heleno “afasta do Brasil os investidores estrangeiros“.
Ainda ontem, deputados do PT protocolaram no próprio STF, pedido de impeachment do ministro do GSI, no qual falam de “ameaça à democracia”, sem explicar onde estaria vigente esse suposto regime democrático, desde que o Estado, depois do golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT) e condenou e prendeu, ilegalmente, o ex-presidente Lula, sempre esteve sob a tutela dos militares.
As claras e seguidas manifestações a favor dar uma “saída” à crise atual por meio da intensificação do regime golpista que vigora no País não são meras manifestações de “opinião” mas uma verdadeira campanha em favor do golpe militar.
Esa campanha e o próprio golpe não podem ser barrados por meio de discursos e ações junto às instituições do próprio regime golpista, como é o caso do STF, totalmente submissas aos ditames oriundos do alto comando militar, como ficou provado em diversas oportunidades.
Ficou também provado, mais de uma vez, que o único caminho para barrar as iniciativas dos militares e das alas mais reacionárias do regime golpista é a organização e a mobilização dos trabalhadores e das suas organizações de luta, nas ruas.
Os fascistas e a extrema-direita gorila não podem ser detidos com argumentos e decisões jurídicas, mas apenas com a força poderosa da mobilização dos trabalhadores.
Às ruas por “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”. Não ao golpe militar. Militares, na caserna!