Na última terça-feira (08), a Prensa Latina (ou Agência de Notícias Latinoamericana S.A.) publicou uma matéria intitulada “Partido no Brasil apresenta campanha à presidência de Lula em 2022”. No artigo, o veículo cubano noticia e explica a política que o Partido da Causa Operária lançou para este próximo período de luta: Lula Candidato em 2022.
A matéria publicada pela Prensa Latina é apenas mais uma prova de que a política levantada pelo PCO é a única capaz de unir os povos latinoamericanos na luta contra o imperialismo no Brasil. Exatamente como o artigo explicita, à luz do programa apresentado pelo companheiro Rui Costa Pimenta na TV 247, Lula é a figura política mais popular de todo o Brasil, o candidato dos trabalhadores e, nesse sentido, a luta apoiada sobre sua candidatura, sobre a garantia de seus direitos políticos mobilizará amplos setores da população para derrotar, finalmente, o golpe de estado.
Apesar de a esquerda pequeno-burguesa estar absolutamente à reboque da direita golpista, reproduzindo a injúria de que é preciso passar a página e seguir em frente, o PCO continua defendendo que o golpe de estado contra Dilma, em 2016, mudou profundamente a correlação de forças da luta política no Brasil. Nesse sentido, derrotar Bolsonaro e a direita com a ausência de uma luta contra o golpe representa uma ingenuidade que não encontra espaço dentro da luta de classes. Finalmente, no atual estágio do capitalismo, é preciso combater o imperialismo que é, sem sombra de dúvidas, o principal carrasco da classe operária em âmbito mundial. Por conseguinte, exatamente pela política de golpes na América Latina ser a política do imperialismo é que se deve combatê-la veementemente até que não encontre expressão em nenhuma parte do território nacional.
Nesse sentido, é preciso entender como travar esta luta contra o imperialismo e analisar, de forma material, onde está o cenário político brasileiro neste momento. Frente à continuação do golpe em 2018, com a prisão absurda de Lula, fica evidente que ele é a figura que se contrapõe ao imperialismo. Afinal,não prenderam Boulos, nem mesmo Ciro. Prenderam exatamente quem precisava ser contido para que a burguesia pudesse impedir a cada vez mais alarmante polarização presente no cenário político nacional.
A política apresentada pelo PCO é, indubitavelmente, de crucial importância para o futuro da luta da classe operária no Brasil. No momento em que a Prensa Latina repercute nosso posicionamento, nos deparamos com ainda mais uma prova de que a luta travada pelo PCO é, de fato, a luta dos trabalhadores. Finalmente, não podemos nos esquecer de o que é a Prensa Latina.
Fundada em 16 de junho de 1959, em Havana, Cuba, a Prensa Latina veio como forma de o recém estabelecido governo revolucionário do País combater a campanha de intrigas constante por parte do imperialismo norte-americano. Foi idealizada e defendida, inclusive, pelo próprio Fidel Castro que colocou que a criação de uma agência de notícias latinoamericana era essencial exatamente para acabar com o confucionismo que os opositores ao regime de Fidel causavam sobre o mundo.
Além disso, vale notar que já trabalharam na Prensa Latina alguns dos jornalistas e escritores mais renomados do continente, como Gabriel García Márquez, Rodolfo Walsh e Jorge Ricardo Masetti. Sem contar que um dos principais impulsionadores do projeto, além de Fidel Castro, foi ninguém mais ninguém menos que o próprio Che Guevara, logo após a Revolução Cubana.
Portanto, fica evidente que o apoio que o PCO recebeu da Prensa Latina é inestimável. Exatamente por ser um veículo de extrema importância para a luta anti-imperialista contemporânea, prova que a campanha levada a frente pelo Partido também é de extrema importância, representando um horizonte genuinamente positivo para concretizar a luta contra o golpe e, finalmente, derrubar Bolsonaro e todos os golpistas.
Confira abaixo a matéria publicada pela Prensa Latina na íntegra:
Partido no Brasil apresenta campanha à presidência de Lula em 2022
O Partido Causa Operária (PCO) anunciou hoje que aprovou o início de uma campanha a favor da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula de Silva às eleições presidenciais de 2022 no Brasil.
Em entrevista à TV 247, a direção do PCO, Rui Costa Pimenta, confirmou que tal ação foi pactuada na organização política na contramão de setores que defendem o isolamento do fundador do Partido dos Trabalhadores e a sua reforma antecipada.
Ele explicou que ‘quando a burguesia atacou, eles sabiam que o grande problema do golpe no Brasil, se uma ditadura militar não ia se instalar, era Lula’.
Ele alertou que, para encerrar a trama, ‘o que seria algo muito negativo, os golpistas preferem colocar o ex-chefe de Estado em uma espécie de ostracismo político’.
Ele reconheceu que, se o PCO tivesse uma pessoa com a estatura eleitoral do ex-presidente, ‘ninguém diria que ele teria de ser substituído’.
Para Costa Pimenta, o ex-dirigente sindical é o único dirigente capaz de provocar crise na direita e nas demais tendências, e as lideranças populares não se formam da noite para o dia.
‘É difícil uma figura sair com uma história de luta e com a escala eleitoral que Lula tem’, frisou.
Em mais de uma ocasião, o ex-presidente deu a entender que não tinha intenção de concorrer à presidência.
‘Para ser candidato, eu teria que ter cem por cento de saúde, fazer dez discursos por dia. Não posso ser candidato e continuar velho no palácio (do Planalto, sede do Executivo). Já cumpri minha cota. Espero que o PT e o Brasil não precise de mim’, disse ele em abril, em entrevista ao portal de notícias UOL.
Ele comentou que ‘quando digo que quero recuperar a democracia no Brasil, não quer dizer que tenha que voltar à presidência’.
Mas, disse ele, ‘quero recuperar meus direitos políticos. Porque os canalhas que me puniram não têm a dignidade que eu tenho.’
Embora recuse ser candidato ao poder em 2022, ele reconheceu que gostaria de enfrentar o ex-juiz Sérgio Moro nessas eleições, que o condenou sem provas por supostos atos de corrupção.