No dia 10 de outubro, comemorou-se, na Coreia do Norte, o aniversário de fundação do Partido dos Trabalhadores Coreano (PTC), o Partido que liderou a revolução no país. A festividade procurou também demonstrar o poderio militar do Estado. A sua exibição de mísseis balísticos intercontinentais levantou preocupação na imprensa imperialista, que salientou o fato de estes armamentos serem os maiores de seu gênero já vistos. Outros armamentos também foram exibidos, demonstrando a importância que o país dá para a defesa de sua soberania.
Outro importante destaque do evento foi o discurso de meia hora proferido pelo líder do PTC e Presidente da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte, Kim Jong Un. Sua fala celebrava o aniversário do PTC e saudava os presentes, entre os quais estavam os mais diversos setores da população norte-coreana, além dos oficiais e soldados do exército popular, da guarda vermelha operária e camponesa e da guarda vermelha juvenil. Em sua fala, ele agradece a população pela luta empreendida contra o coronavírus e na recuperação do país dos tufões que os atingiu durante o verão.
No entanto, na cobertura realizada pela imprensa burguesa, foi tirada de contexto uma frase proferida pelo líder norte-coreano em que ele lamentava as dificuldades econômicas sofridas pelo estado operário, vítima dos tufões já mencionados, da pandemia do coronavírus e, principalmente, do criminoso bloqueio empreendido pelo imperialismo contra o país.
Segundo veículos como Estadão e O Globo, Kim Jong Un teria dito “eu fracassei” e “segurado o choro”, ou, como comentado por alguns, até “chorado”, diante de sua população, ao supostamente constatar que havia falhado em alcançar um crescimento econômico prometido por ele mesmo. Os analistas da imprensa imperialista mencionaram que sua demonstração de emoção seria um sinal de que a liderança norte-coreana estaria sentindo “a pressão contra o regime”.
A intenção do imperialismo ao divulgar o discurso de Kim Jong Un dessa forma é claramente a de desacreditar o estado operário norte-coreano. Por trás disso, há uma grande preocupação da burguesia com a capacidade deste Estado de assegurar a sua soberania, mesmo em meio a tantos ataques e sanções internacionais.
Essas matérias distorcendo o discurso de Kim Jong Un demonstram que existe um esforço gigantesco por parte destes veículos de imprensa de procurar retratar a Coréia do Norte como um fracasso. Com a crise do capitalismo e a falência da maior parte dos regimes democráticos ao redor do mundo, a propaganda do socialismo e da revolução tende a atrair diversos setores da população, o que sem dúvida nenhuma preocupa os meios de propaganda imperialista, preocupados com o que virá após a crise social em que se encontra a maior parte dos estados capitalistas.