O governador do Piauí, Wellington Dias (PT) apresentou nesta terça-feira (2) um planejamento de volta gradual das atividades econômicas, suspensas desde 23 de março por causa da pandemia de coronavírus.
No pico da crise sanitária, o estado atualmente sofre com 192 mortes e 5.828 casos registrados, sem contar subnotificações, um número que multiplicaria por três o tamanho do estrago já causado.
Em meio a isso, o governo do Piauí quer ”liberal geral” arriscando ainda mais as vidas da população, colocando os trabalhadores em risco, servindo de bucha de canhão para salvar os bolsos dos capitalistas, desesperados com a crise econômica amplificada pelo vírus.
Segundo o cínico plano apresentado, as atividades serão divididas em grupos de risco, mas não há data de quando a tal ”flexibilização” vai começar a acontecer.
A medida ocorrerá será por fases e dividida em oito territórios: Parnaíba, Piripiri, Teresina, Floriano, Oeiras, São Raimundo Nonato, Bom Jesus e Picos. O primeiro grupo de atividades liberadas será composto pelas indústria de transformação, construção, comércio, agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.
O decreto de isolamento social no Piauí termina no dia 7 de junho.
Divida por setores, cada uma com uma cor específica que determina o grau de prioridade: verde (alta priorização), amarelo (média priorização) e verde (baixa priorização).
PRIMEIRA FASE (atividades de alta prioridade, do grupo verde): indústria de transformação, construção, comércio, agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.
SEGUNDA FASE (atividades de média prioridade, do grupo amarelo): administração pública, defesa e seguridade social, atividades administrativas e serviços complementares, educação, saúde humana e serviços sociais, atividades financeiras, transporte, armazenagem e correio, alojamento e alimentação, atividades imobiliárias, eletricidade e gás.
TERCEIRA FASE (atividades de baixa prioridade, do grupo vermelho): artes, cultura, esporte e recreação, indústrias extrativas, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, serviços domésticos.
Esquerda se aproxima de Bolsonaro, que menospreza as mortes
Ontem, no dia em que o Brasil registrou o recorde de mortes pelo coronavírus, com 1.262 casos em um período de 24h e 31.417 óbitos confirmados, o presidente fascista afirmou ”lamento todos os mortos, mas é o destino de todo mundo”. Esta é a frieza da extrema-direita diante do genocídio do povo, mas é inaceitável que um governador eleito pela legenda do Partido dos Trabalhadores faça o desserviço de pressionar pela reabertura econômica arriscando a vida da população.
Mas não se pode dizer que se trata exatamente de uma guinada direitista a política que vem norteando a atuação dos governadores de esquerda, como também é o caso de Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE), Flávio Dino (MA), Fátima Bezerra (RN), mas um aprofundamento do que já vinha sendo executado, que desde quando foram empossados já demonstravam uma disposição em levar adiante, nos seus respectivos Estados, as reformas e as políticas contrárias aos interesses da população, sintetizadas, ao longo de todo o primeiro ano de mandato, na ofensiva desencadeada pelo governo fraudulento do presidente fascista Jair Bolsonaro e do ministro da economia, “tchutchuca” dos banqueiros, Paulo Guedes.
Só a pressão da população pode garantir o isolamento social para todos.
Diante dos ataques da burguesia contra o povo, em um momento extremamente crítico, cabe as organizações populares se mobilizar, se organizar e se defender. Isto se dará pela luta política, através da formação de conselhos populares por saúde nos bairros, como o PCO está realizando desde março em diversos locais do país.
Também se dá pela realização de atos políticos nas ruas, que já estão sendo realizados em todos os cantos do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Recife, etc.
Finalmente, o Partido da Causa Operária chama em conjunto com outras organizações de esquerda para a realização de um grande ato nacional pelo Fora Bolsonaro no dia 13 de junho. Para realizar um grande ato de rua é preciso que todas as atividades de partidos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais estejam concentrados na convocação.
Para isso foi marcado no dia 5 de junho (na próxima sexta-feira) um dia de mobilização e agitação política pelo Fora Bolsonaro e de convocação para o dia 13. É preciso reverter a situação de paralisia da esquerda pequeno-burguesa e combater a direita fascista e Bolsonaro nas ruas.