Fome volta a castigar o povo

Fome atinge 2,6 milhões de pessoas no campo

Lutar pelo Fora Bolsonaro entre os moradores do campo é crucial para reduzir os índices de pessoas famintas no país.

De acordo com pesquisas divulgadas na última quinta-feira, 17/09, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) através de levantamentos realizados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), os índices de pessoas em situação de fome dispararam logo após o desfecho do golpe de estado de 2016, que abreviou o governo petista e impulsionou políticas neoliberais e de destruição dos direitos do povo em todo o país. Os dados mostram que entre 2017 e 2018,  10,3 milhões de cidadãos brasileiros entraram para as estatísticas de insegurança alimentar, condição na qual a pessoa passa ou tem grandes chances de passar fome, e, deste total, 2,6 milhões são moradores do campo, isto é, camponeses, indígenas e quilombolas. A precariedade alimentar aumentou 43% em cinco anos, atingindo 4,6% dos domicílios no país, totalizando 3,1 milhões de residências. Esses dados desconsideram as pessoas moradoras de rua, o que aumentaria significativamente os números apresentados.

Comparando com áreas urbanas, a pesquisa mostra que os índices de restrições de acesso a comida e vulnerabilidade alimentar grave no campo é muito maior, sendo 7,1% contra 4,1% nas cidades. A pesquisa mostra que a fome em todos os níveis atingiu 44% das famílias residentes na zona rural. Se observarmos os dados apresentados antes do golpe de estado, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), notamos que  a realidade do trabalhador brasileiro tem sido de piora gradativa e precarização desde então, já que em 2013, os mesmos índices eram de 5.5% no campo e 2.8% nas cidades. A mesma pesquisa recente do IBGE indica que o medo de inanição, ou seja, o receio de passar fome, chegou a 36,7% entre 2017 e 2018 nos lares brasileiros, valores equivalentes a 25,3 milhões de residências. Antes do golpe de estado, estes números estavam em queda e, em 2013, os índices eram de 22,6%. 

Vale ressaltar que os dados sobre a fome divergem entre as regiões do país. A região norte, com 10,2%, e nordeste, com 7,1%, são as mais afetadas dentre os 3,1 milhões de domicílios identificados em situação de insegurança alimentar. Ambas as regiões refletem a realidade nacional:  estavam em situação de melhora antes do golpe, mas refluíram. Em 2013, por exemplo, em um dos melhores resultados, a sensação de segurança alimentar estava em 63% nestas regiões, já em 2017 e 2018, após o golpe de estado, os números regrediram para 43%. 

Vale ressaltar que, enquanto a fome se alastra entre todos os brasileiros em todas as regiões do país, a realidade dos moradores do campo é ainda mais castigante. Primeiro, diferente de grandes metrópoles, o morador do campo não possui inúmeras opções de consumo alimentar e, muito frequentemente a cesta básica é mais cara em zonas rurais. Paralelamente a isso, sob o governo bolsonarista, não há qualquer política pública que auxilie o morador do campo, agricultores familiares e feirantes. Ao contrário, o presidente posterga e veta auxílios destinados a população da zona rural em vulnerabilidade pelo isolamento social em razão da pandemia do Covid-19, como o Projeto de Lei 735/2020, proposto por deputados petistas e que previa, entre outros, auxílio emergencial aos moradores do campo durante a Pandemia. 

Diante de tanto descaso, é preciso levantar a palavra de ordem  “Fora Bolsonaro” e todos os golpistas, pois erradicar a fome e manter a dignidade do povo deveria ser o lema básico de qualquer governante minimamente preocupado com o povo. Neste quesito, temos razões suficientes para dizer que, desde o golpe de 2016, nem Temer nem Bolsonaro governam pelo povo, mas sim em função de castigar a população para manter os lucros dos bancos e grandes capitalistas. O problema da fome no país, assim como em todo o mundo, não se relaciona com falta de alimento. É sabido que grande parcela dos alimentos produzidos no mundo viram lixo, ou seja, sobra comida no mundo. A fome é um sintoma do capitalismo que comercializa a existência do ser humano e limita a distribuição da comida seguindo padrões econômicos, ou seja, quem tiver como pagar, se alimenta, e os demais, que morram de fome. O ser humano deve ser tratado com dignidade e alimentar-se deve ser visto como direito social, não como serviço do sistema de capital.

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