A poucos dias para estreia do Campeonato Carioca, Flamengo pode não ter suas partidas transmitidas no meio televisivo, afinal a detentora do monopólio de transmissão não está disposta a fazê-lo. Em nota, o clube alega que o fim do contrato assinado em 2016, onde o clube cedia seu direito de transmissão a emissora dos Marinhos, expirou e diante disso a nova proposta não apresentou um reajuste adequado passados 4 anos.
Tal episódio evidencia os efeitos nefastos que o monopólio dos meios de comunicação gera, ou seja, parte dos torcedores não poderá assistir aos jogos do seu time. Tal fato evidencia pela milésima vez a falta de comprometimento da emissora com a comunicação. Sendo assim, sua licença fraudulenta, conquistada bajulando a Ditadura Militar, deveria ter sido cassada desde a redemocratização. Lembremos da eleição de 1989, das reportagens mentirosas a fim de incentivar o golpe de 2016 e do seu apadrinhamento da farsa da Lava Jato, como exemplos da emissora negando a transmitir a verdadeira informação.
No caso do futebol, as reclamações não vêm somente do Flamengo, há bem pouco tempo atrás ganhou destaque a expressão “espanholização do futebol brasileiro”, usada para se referir ao fato de a emissora transmitir muito mais jogos de Flamengo e Corinthians, uma referência ao fato de canais esportivos transmitirem somente jogos de Real Madri e Barcelona da La Liga, em detrimento dos demais clubes, que consequentemente ganham menos projeção na TV e menos royalties.
O monopólio da informação exercido pela Globo é um resquício da Ditadura Militar, onde uma emissora de grande alcance determina o que deve ou não ser transmitido a todo o país. Mesmo nos tempos de democracia burguesa a família Marinho se mostrou, como de se esperar, a porta voz e folhetim da burguesia brasileira e especialmente do imperialismo.