Na última sexta (2) um importante protesto foi realizado na Zona Norte de São Paulo, nas proximidades do antigo presídio do Carandiru, familiares de presos de hoje e de presos assassinados há 27 anos, no massacre do Carandiru, se uniram para protestar contra a política de genocídio contra a população pobre e negra, alvo praticamente integral da violência estatal.
O protesto aconteceu no exato dia em que se completaram 28 anos do massacre no complexo carcerário do Carandiru, em que 111 presos foram brutalmente assassinados pela PM de São Paulo, ao invadirem o presídio sob pretexto de acabar com uma rebelião.
As famílias denunciaram a completa impunidade dos responsáveis pelo massacre, pois 74 policiais e o comandante da PM à época Ubiratan Guimarães, tiveram as sentenças anuladas pela justiça, e também denunciaram a situação atual dos presos. A situação nas cadeias, que sempre foram completamente insalubres, com a pandemia do coronavírus se tornaram praticamente uma sentença de morte para, certamente, uma parte da população carcerária.
As denúncias são de falta de água, falta de itens de higiene e limpeza, principalmente, pelo fato das visitas terem sido suspensas na maioria dos presídios, a ausência de qualquer medida para impedir a contaminação pelo coronavírus, problemas que são potencializados pela histórica superlotação e condições precárias das estruturas dos presídios, paredes e tetos com infiltração, mofo, sem sanitários, sem equipes de saúde etc.
O protesto das famílias não é só importante, mas como é a única forma que os presos tem de ser ouvidos, e por isso devem ser apoiada pela população, pela classe trabalhadora e suas organizações políticas, haja vista a situação em que se dão as prisões serem totalmente arbitrárias e direcionadas a jovens, negros e moradores das periferias.
O Brasil tem hoje uma população carcerária de cerca de 800 mil pessoas, em dados oficiais é importante frisar, já que dados do Conselho Nacional de Justiça e das Secretarias de Segurança Pública, dão conta de que boa parte dos presos não tem documentos, para que seja feita a adequada identificação, bem como os números de pessoas presas não são precisos, pois há descontrole nos registros de cadeias, delegacias e unidades prisionais no interior do país, principalmente, entre presos em situação provisória.
Assim, é importante destacar que a classe trabalhadora deve levantar como palavra de ordem para a questão “pelo fim dos presídios” que são verdadeiros campos de concentração da população pobre e negra e, consoante, levantar o “pelo fim da Polícia Militar” já que esta é a instituição responsável por executar toda a violenta repressão contra a classe trabalhadora, responsável todos os anos pela morte de cerca de 10 mil pessoas, em todo o país.
Veja algumas imagens do protesto: