O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou na última sexta-feira (dia 31) que os candidatos que participarão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terão que usar máscaras. O Enem 2020 foi adiado para janeiro devido à pandemia do novo coronavírus.
Em consulta pública feita pelo Ministério da Educação (MEC), porém, os estudantes tinham escolhido que a nova data fosse só em maio, o que mostra que o governo não estava interessado em saber a opinião dos estudantes mas apenas ganhar tempo.
O edital da prova foi publicado nesta sexta-feira (31) no Diário Oficial da União (DOU). Além do uso obrigatório de máscaras durante as cinco horas de prova, o edital trás recomendações sobre distanciamento social durante a prova.
Tal medida gerou a revolta dos estudantes nas redes sociais que se prontificaram a exaltar a campanha pelo #CancelaEnem. Eles destacaram o conjunto de situações adversas contra a realização do exame, como o fato de que terão que participar de uma prova por 5h30 com uma máscara sem poder tirar nem para poder se alimentar ou beber água ou a possibilidade de contaminação por covid-19 durante o teste.
O edital também prevê a desclassificação imediata do candidato que tirar a máscara durante o período. Não há nada dito sobre dificuldades que podem ser enfrentadas com pessoas asmáticas, pessoas com síndrome de pânico, crises de ansiedade ou mesmo o calor das salas em época de temperatura que chegam até 40o graus, muitas sem sequer ventilador.
Este conjunto de adversidades apresentadas, sem contar evidentemente o próprio fato de que os alunos não têm como estudar no meio da pandemia e muitos não têm acesso a internet, mostram que o correto é a não realização do ENEM.
Por isto é preciso convocar ampla mobilização dos estudantes contra a realização do exame e em favor do acesso irrestrito de todos os estudantes que terminarem o ensino secundário ao ensino superior.