Erros na correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 chegaram a prejudicar quase 6 mil estudantes que realizaram a prova.
No dia 17 de janeiro, ao saírem os resultados do desempenho individual dos candidatos, alguns deles perceberam uma diferença muito grande entre o número de acertos em determinada disciplina e a sua nota final.
Outros candidatos também perceberam uma diferença enorme entre suas notas no Enem 2018 e no Enem 2019, que chegava a ter até 454 pontos a menos.
Depois de uma análise, foi identificado que 96,7% das provas com erros de correções estavam concentradas em 4 cidades: Alagoinhas (BA); Viçosa (MG); Ituiutaba (MG) e Iturama (MG).
Existem diferentes cadernos de questões do Enem, os quais são separados por cores. O que teria acontecido é que um caderno de uma cor foi corrigido com o gabarito de um caderno de outra cor. Considerando isso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, joga a culpa de tais erros na gráfica contratada pelo governo para a impressão da prova.
É bom lembrar que, no Enem de 2019, questões da prova vazaram nas redes sociais, além de toda a confusão causada pela extinção do horário de verão e pela divulgação errada do horário de prova, que só foi corrigida em cima da hora.
Tudo isso ainda pode ser acrescentado a censura aplicada na prova, que evitou assuntos como a ditadura militar de 1964, a qual tem sua existência negada pelo presidente fascista e por toda a sua equipe. No dia da prova, Bolsonaro disse que “nada de anormal” havia ocorrido no Enem.
Um erro desse tamanho não pode ser simplesmente um “erro de gráfica”. O Enem 2019 foi um desastre e, mesmo agora, pode prejudicar os candidatos que não consigam receber sua nota corrigida a tempo de se inscrever em programas educacionais, a exemplo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Está claro que isso faz parte do plano de sucateamento da educação promovido pelo governo. O Enem é uma porta de entrada que possibilita o ingresso da população a universidade, deixando claro — mais uma vez — que o objetivo dos fascistas é acabar com a educação pública e, consequentemente, com as poucas oportunidades do povo de obter educação formal.
Esse sucateamento vai se intensificar cada vez mais, e nele estarão incluídos a censura, a perseguição e o descaso proposital que irá levar a completa destruição do ensino público, abrindo espaço para a aplicação da política neoliberal característica dos governos de extrema-direita, que terá a oportunidade de privatizar mais um setor e de roubar mais um direito da população.
É importante denunciar cada um dos ataques do governo a população. Bolsonaro e sua equipe são fascistas que não merecem nem um tipo de compaixão e aos quais não se deve “passar um pano”. É preciso mobilizar o povo e deixar claro que alianças com a direita golpista — o que inclui o suposto “centrão” — não são viáveis e devem ser negadas. É preciso organizar uma aliança entre a juventude e a classe operária para lutar por um ensino público de qualidade, levantando a palavra de ordem Fora Bolsonaro para derrubar esse governo inimigo do povo.