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Derrotar a direita nas ruas

Enfrentar a política da frente ampla de acordo com os fascistas

A política de conciliação com a direita é o veneno que a burguesia golpista usa para tentar barrar as mobilizações populares que se avizinham

Um elemento central na situação política do País e que já não pode mais ser desconsiderado por amplos setores da esquerda é a enorme tendência à mobilização popular contra os governos genocidas em todas as esferas, a começar por Bolsonaro.

Um dos entraves da evolução do movimento está por conta da política vacilante de grande parte da esquerda e do maior partido de esquerda do País, o Partido do Trabalhadores. Mesmo com uma parcela da sua militância saindo às ruas, o PT de conjunto está imerso em profundas contradições.

A pressão sobre o partido tem nome e CNPJ reconhecidos. Trata-se da política de Frente Ampla defendida com unhas e dentes pelo PCdoB, pelo PSOL e pela direita do seu partido. Isso tem paralisado o setor do Partido que se organiza em torno de Lula e que tem reflexos acentuados sobre as organizações de massas que seguem a política do PT, a começar pela Central Única dos Trabalhadores.

Diante da agudização da luta de classes, elevada às alturas pela pandemia do coronavírus, a CUT e seus sindicatos têm mantido as suas portas fechadas. Em alguns locais onde impera uma política mais direitista, como é caso da CUT DF, a sua direção, acompanhada de um dos principais sindicatos dos professores do País, o Sinpro, que agiu da mesma forma, chegou a entregar considerar de as “chaves” da entidade para um dos governos mais bolsonaristas entre todos os governos bolsonaristas,  supostamente em nome do combate ao coronavírus.

A realidade mostra que existe uma correia de transmissão da política da direita golpista que se estende até a CUT. O instrumento fundamental do qual a burguesia se vale para impor este atrelamento é justamente a Frente Ampla, que nesse momento tem a sua maior expressão entre os signatários do “Manifesto Estamos Juntos”.

Para entender como funciona essa política basta ver o que ocorreu nos atos do último dia 7 nas duas principais capitais do País. Tendo o PSOL como instrumento – o partido conseguiu superar até o PCdoB em seu servilismo aos interesses da direita golpista -, o ato do Rio de Janeiro foi literalmente desmontado. Em São Paulo, na véspera de sua realização, o ato foi simplesmente transferido da Avenida Paulista, um ponto central da mobilização da luta contra os fascistas, para o Largo do Batata, cerca de 6km distante do local original, em nome de que a justiça havia proibido a realização do ato da esquerda porque a direita já havia marcado ato, também, na avenida Paulista. Nas duas cidades em questão não precisou de CNPJ, mas sim dos CPFs dos dirigentes do PSOL Marcelo Freixo e Guilherme Boulos, ambos os mais novos garotos propaganda da defesa da “unidade nacional” pretensamente em nome do combate ao fascismo.

Algum desavisado que não acompanha as artimanhas políticas poderia se perguntar se realmente se trata de uma política de boicotar os atos pelo fora Bolsonaro. A resposta não tardou a se mostrar. No dia de ontem, por mediação do Ministério Público de São Paulo, a frente Povo Sem Medo, dirigida por Guilherme Boulos e a extrema-direita bolsonarista assinaram um acordo para fazer rodízios de atos pró e contra Bolsonaro na Avenida Paulista.

O movimento  de massas fará rodízios com os fascistas! O povo terá de dar à direita que pede a intervenção militar e a tortura, metade do tempo. Imaginem se os comunistas tivessem feito “rodízio” com os camisas verdes de Plínio Salgado? Viveríamos até hoje num regime fascista. Mas os comunistas dos anos 30 não estavam vendidos de armas e bagagens para a Frente Ampla, eram militantes do povo.

O objetivo é manter as mobilizações populares que se avizinham contidas, sob controle. Sequestrar a luta pelo Fora Bolsonaro, a revolta popular, e canalizar tudo para as eleições. É o “fica Bolsonaro”. Essa é a política da burguesia que deu o golpe em 2016, por isso o apoio que recebem da imprensa burguesa golpista. Na pior das hipóteses, diante do agravamento da crise do governo Bolsonaro, remover o presidente, mas dar lugar aos políticos da direita da frente ampla que não passam dos pais que geraram Bolsonaro.

Para a militância de esquerda que está na luta contra o golpe a hora é de intensificar mais do que nunca o confronto com a extrema-direita. Não existe uma via de mão-dupla que concilia as ruas para os dois extremos. É um lado ou é o outro.

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