Estado da região Centro Oeste do país que, entre outros, são os primeiros em acidentes e doenças do trabalho em frigoríficos, Mato Grosso do Sul, aos poucos vai revelando o tamanho do estrago que vem fazendo aos trabalhadores desse setor produtivo, quanto ao coronavírus.
Na cidade de Guia Lopes da Laguna, município de Mato Grosso do Sul é um exemplo do que os patrões vinham fazendo até o momento em que foi interditado em oito de maio.
O frigorífico Brasil Global da cidade Guia Lopes da Laguna é responsável por 90% dos casos positivos do contágio pelo coronavírus que, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, tem registrado 108 e, somente no frigorífico testaram positivo 97 trabalhadores. O Brasil Global é o principal foco de contaminação.
Foram suspensos os trabalhos por 15 dias e pretende reabrir nesta sexta-feira (22), de forma gradual, com metade do quadro de pessoal.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) anunciou diligência na unidade para verificar se as medidas previstas no plano de contingenciamento do frigorífico, entregue nesta semana, serão seguidas, e também para obter um panorama sobre o total de funcionários suspeitos e infectados.
Somente no Mato Grosso do Sul há notificações de pelo menos 30 frigoríficos. Conforme foi verificado no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os governadores golpistas desses dois estados, em atitude de verdadeiros genocidas, o Eduardo Leite (PSDB) e Carlos Moisés (PSL), respectivamente, esconderam casos de contaminação em frigoríficos até quando conseguiram. Do mesmo modo agiram, tanto o governador de Mato Grosso do Sul, o latifundiário Reinaldo Azambuja, quanto o prefeito da cidade Guia Lopes de Laguna, Jair Scapini, ambos do golpista PSDB.
Conforme o MPT Covid-19 confirmados se espalham por todos os cantos do MS, em Dourados 31 casos de contaminação em reservas Indígenas Jaguapiru e Bororó começou com uma funcionária do frigorífico JBS (Seara) que testou positivo para a doença e manteve contato com dezenas de moradores.
Os casos foram confirmados após testagem em parte dos cerca de 18 mil moradores, que, em boa parte, não têm acesso à água encanada e equipamentos de proteção, ou mesmo à alimentação adequada.
A fiscalização é algo praticamente inexistente
No entanto, o trabalho de fiscalização é totalmente esporádico e pontual, uma vez que, o número de fiscais é ínfimo, uma vez que o governo golpista do fascista Bolsonaro tem como objetivo extinguir toda a qualquer fiscalização às indústrias, principalmente dos frigoríficos, política essa, que vem sendo implementada pela golpista, latifundiária e ministra da agricultura Tereza Cristina que, auto intitula os próprios patrões a fazerem, eles mesmos a fiscalização de seus frigoríficos, ou seja, esta é a volta do período colonial e os patrões são os senhores de engenho do século XXI.
São perto de 500 frigoríficos espalhados pelo Brasil, os fiscais não dão conta nem de um quinto, além de serem, a todo instante ameaçados pelos patrões ou seus capatazes (seguranças).
É necessária a paralisação dos frigoríficos imediatamente, para que seja preservada a vida de milhares de operários desse setor.
Imediata redução da jornada de trabalho, sem redução nos salários.
Criação de comissão de fábrica em todos os frigoríficos para tirar encaminhamentos contra o brutal ataque dos patrões.
Formação de conselhos populares onde os trabalhadores e seus familiares moram, para debater e organizar propostas concretas diante da situação atual causada pelo coronavírus.
Fora Bolsonaro e todos os golpistas.