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Ofensiva do imperialismo

Eleição de Arce na Bolívia indica novo padrão na América Latina

Sob a base de uma intensa mobilização popular traída, setores capituladores da esquerda assumem governos com características de frente ampla, uma manobra continental

A oficialização da vitória do partido Movimento ao Socialismo (MAS), ocorrida nas eleições bolivianas do último final de semana, demonstram um padrão que vem se desenvolvendo na América Latina desde 2018, com a eleição de Andrés Manuel López Obrador no México, ganha novo impulso com a vitória nas urnas Alberto Fernández em 2019 e levou agora a direita boliviana, e o imperialismo, a aceitarem Luis Alberto Arce Catacora como presidente eleito da Bolívia. Convocando uma unidade nacional em seu discurso celebrando a vitória, Arce deu também uma entrevista à BBC, destacando um programa muito mais direitista do que o verificado nos últimos anos de Evo Morales.

Afirmando ter prendido “um militante do MAS que havia roubado”, Arce repete o discurso do combate à corrupção. Sobre o ex-presidente, exilado após o golpe de 2019, avisa que “se Evo Morales quiser nos ajudar, será muito bem-vindo. Mas isso não significa que Morales estará no governo.” O caso já demonstra uma profunda capitulação à direita antes mesmo do presidente eleito ser empossado, o que por um lado repete posicionamentos do próprio Morales em sua etapa mais conservadora, presenciando a posse do golpista e ilegítimo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro e entregando o militante de esquerda Cesare Battisti ao imperialismo.

Similar na forma, no conteúdo as declarações de Arce aprofundam a guinada à direita do MAS, que viu uma intensa mobilização operária e camponesa acontecer a sua própria revelia, tendo como alvo o regime golpista de Jeanine Áñez e a política de guerra econômica e genocídio da população pobre durante a pandemia. Nesse contexto de intensa polarização, outra manifestação gigantesca liderada pela Central Obreira da Bolívia (COB) tomou conta do país, sendo suspensa em 14 de agosto após intervenção do MAS, por sinal, alvo de muitas críticas dos operários na ocasião.

É preciso ser dito que nos países onde essa operação foi tentada, Argentina e México, uma desmoralização crescente dos governos já os coloca às voltas com manifestações de caráter golpista realizados pela direita. Nos três casos, governos de frente ampla aparecem como a opção aceita pela burguesia para lidar com a intensa crise política, provocada pelo brutal arrocho promovido pelo capitalismo contra a população desses países.

No Brasil, esta opção também está posta mas antes que a esquerda se anime, a própria direita (através da articulista do Estadão Vera Magalhães) já desenhou como ela esta manobra se dará: “sem o PT”. Apoiado por Armínio Fraga e os três principais órgãos da burguesia, Folha, Globo e Estadão, o PSOL desponta como o partido que pode cumprir o papel de submeter a esquerda aos interesses da direita, para fins de desmoralização da esquerda junto aos trabalhadores e a vanguarda dos movimentos sociais (especialmente os estudantes) e enfim, permitir o programa da direita em toda sua capacidade destrutiva.

As ilusões que a eleição dos setores mais direitistas do MAS, longe de animarem, devem ligar o sinal de alerta aos setores mais conscientes da esquerda brasileira. Não há uma vitória definitiva dos setores explorados na Bolívia mas uma manobra diante das tendências explosivas da situação e da mobilização popular, que setores da esquerda pequeno burguesa querem conter para permitir a confusão do povo latino americano aos interesses do imperialismo.

Mais do que conquistar votos, é preciso organizar a luta consequente das massas contra as ameaças que pairam sob a classe trabalhadora.

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