Dor, sofrimento e morte para mutos, milhares até o momento. Roubalheira, corrupção, enriquecimento e negócios ilícitos para outros, uma minoria de sanguessugas abutres que lucram com a maior tragédia humanitária nacional dos últimos tempos. A pandemia do cornavírus vem deixando um rastro de destruição, catástrofe e morte em todas as regiões do território nacional, não somente em função da sua alta transmissibilidade e letalidade, mas principalmente pela ação deletéria irresponsável e genocida do governo federal e dos governos estaduais, que desde quando foram registrados os primeiros casos da infecção,, tratam com absoluto descaso e negligência a epidemia e seus efeitos sob a população.
O Brasil vem batendo sucessivos recordes negativos no registo de casos confirmados de infecção, já tendo ultrapassado a marca que supera mais de um milhão de casos confirmados, com mais de 55 mil óbitos, sem entrar no mérito da enorme subnotificação, cujos números oficiais podem ser multiplicados por cinco. Ou seja, já estaríamos, de acordo com dados e registros projetados por institutos e especialistas, com mais de cinco milhões de infectados e mais de cento e cinquenta mil mortos, em números estimados.
Uma situação que ilustra de forma muito cristalina esta situação de caos e barbárie social na qual o país imerso diz respeito a ação dos governos estaduais na aquisição de equipamentos para dotar os hospitais da infraestrutura necessária para o atendimento à população adoentada. Não são poucas as denúncias que são veiculadas dando conta dos casos de fraude e corrupção, na maioria dos estados, na compra de respiradores, um equipamento essencial para salvar a vida e pacientes que evoluíram para as formas graves da doença.
Investigações e levantamentos apontam que em 22 estados houve fraude na entrega dos respiradores comprados pelo executivo estadual. No geral, em todo o país, foram comprados 6.998 respiradores, mas somente 3.088 foram, de fato, entregues, correspondendo a menos de 50% do total adquirido, mais precisamente 44%. Isso sem falar no enorme superfaturamento que sempre ocorre nas licitações e compras públicas, pois a variação de preço é gritante, com valores que oscilam, para cada respirador, de R$ 40 mil a R$ 226 mil. Está claro que as negociatas ocorrem entre o poder público e as empresas privadas que intermediam a compra dos equipamentos.
Esta situação dramática e que já custou a vida de mais de 55 mil brasileiros precisa ser estancada e isso somente irá acontecer com a reivindicação elementar da estatização destas empresas, desses verdadeiros abutres que lucram com a saúde e a mercantilização da vida. A tragédia da pandemia no país deixou evidenciada a necessidade de que todo o sistema de saúde deve estar estatizado, sob o controle dos usuários e da população. Para interromper e impedir a fraude na compra de equipamentos, faz-se necessário a intervenção do estado, com a constituição de empresas estatais para a compra de equipamentos, eliminado as empresas intermediárias capitalistas, agentes e mercadores da morte.