Em sua coluna no jornal golpista Folha de São Paulo, o colunista Joel Pinheiro da Fonseca escreveu uma matéria no último dia 04 de fevereiro em que pede o fim da meia-entrada estudantil em eventos culturais no Brasil. Segundo o colunista, a meia entrada acaba por ajudar quem não precisa enquanto acaba aumentando o preço do restante das pessoas que não possuem o benefício.
Longe do que tenta mostrar em sua coluna, na realidade o que acontece é uma tentativa de sabotar o movimento estudantil e suas conquistas, se utilizando de um linguajar pseudo-esquerdista de quem estaria preocupado com o acesso das outras pessoas aos bens culturais. Joel utiliza o argumento de que sem a meia-entrada, o preço do cinema baixaria, truque velho da direita para tentar enganar a população e lucrar mais ainda em cima da classe operária, já que todos sabem que a burguesia não mexeria um centavo dos preços caso o benefício se extinguisse, pelo menos não para baixo.
O texto é recheado de preconceitos, como por exemplo o tipo de músicas e de filmes aos quais teriam acesso os estudantes, que na visão do colunista seriam de menor valor, como a música pop e filmes atuais como “Os Vingadores”.
Além do preconceito típico da direita, outra suposto argumento para se extinguir a meia-entrada para estudantes é o fato de já existir a meia-entrada para jovens de baixa renda. Ou seja, se o jovem pobre começa a trabalhar e sua renda ultrapassa um ou dois reais do valor estabelecido como de baixa renda e esse mesmo jovem resolva fazer faculdade, ele não teria direito ao benefício de meia entrada. Mesmo que tenha de pagar a faculdade, mesmo que tenha que mudar de cidade, pegar ônibus e todos os perrengues que os estudantes já passam.
Não há motivo nenhum para se extinguir a meia-entrada estudantil, pois ela é um benefício colhido pelos estudantes após muita luta. A tentativa de diminuir esse benefício é apenas mais um ataque da burguesia contra os estudantes, em especial aos estudantes mais pobres, como meio de fazer o movimento estudantil refluir ainda mais.
Para finalizar, ainda no texto, é hilário ver um colunista da Folha de São Paulo dizer que dói em seu bolso para comprar os caros ingressos de cinema no Brasil e culpando os estudantes por isso. Quase dá vontade de montar uma vaquinha para o ajudar a ir no cinema.