O jornal Valor Econômico de Brasília informa que o ministério da economia do governo Bolsonaro espera déficit primário de 787,4 bilhões neste ano. E o secretário especial da fazenda Waldery Rodrigues diz que novas projeções serão divulgadas e poderão ser melhores.
O que quer dizer o secretário quando afirma que novas projeções poderão ser melhores? Considerando que as crises econômicas e da saúde estão piorando a cada dia, como seria possível esperar melhoras? É um truque para dizer que o mundo pode ser melhor no futuro, apagando a realidade, que é a desastrosa política adotada.
Esse governo nada faz para reduzir o impacto da pandemia para que o povo tenha melhores condições. Os ricos sabemos que tem recursos financeiros para se tratar e se manter em isolamento. O povo não.
E sendo que o déficit primário diz respeito aos gastos do governo comparado com suas receitas e que a situação de déficit indica que o governo gastou mais que arrecadou, a pergunta é: onde o estado está gastando?
Além de não gastar nada com o povo, em função das crises da pandemia e a econômica, ainda retira o pouco que ele tinha em saúde, previdência, seguros sociais etc. Mas destinou mais de um trilhão para bancos e grandes empresas, além de financiar a folha de pagamentos das empresas em até 70%, mais dinheiro para empresas e assim salvar a economia.
O governo arrecada impostos para fornecer bens e serviços aos moradores do país. Hospitais, escolas, transportes coletivos, água, luz, telefone, internet, etc. que são os gastos básicos. E quando gasta mais que arrecada, recorre aos bancos pedindo empréstimos que terão que ser pagos e com juros. Só de juros o governo gasta cerca de 54% do que arrecada.
É uma ciranda financeira, onde o estado gasta muito com as empresas e bancos e está sempre precisando pedir mais dinheiro emprestado. Enriquece cada vez mais os bancos, tirando dinheiro dos pobres. E agora estão enviando proposta de reforma fiscal, que é a mudança nos tipos de impostos e os percentuais de desconto aplicados ao contribuinte.
O sistema de arrecadação de impostos atuais penaliza os mais pobres, 80% da arrecadação é feita para quem ganha até 4 mil reais aproximadamente. Grandes fortunas não são tributadas. Igrejas também não. Enquanto que empresas tem perdões de dívidas, incentivos fiscais, empréstimos financiados pelo estado. Vê a desigualdade de tributação que é praticada no país. E a reforma vai piorar mais as coisas para os pobres.
Esse quadro deixa os bancos em situação muito confortável. Emprestam dinheiro aos montes ao estado, com lucros gordos, e esse estado nunca atrasa os pagamentos, mesmo que deixe milhões sem atendimento médico, sem remédios, sem água, moradia e tudo mais.
O estado, ao invés de gastar dinheiro com o povo melhorando os hospitais, escolas, as ruas, os transportes públicos, saneamento básico, prefere se endividar com os bancos e assim aumentar os lucros deles, ao mesmo tempo que gasta o dinheiro arrecadado com incentivos e tantas outros benefícios às empresas além de pagar os juros exorbitantes cobrados pelos bancos.
Essa é a politica desse governo, tira dos pobres para dar aos ricos. O povo precisa se unir em conselhos de moradores, de trabalhadores, de escolas e definir um plano de luta nas ruas, contra esse genocídio pela pandemia e com a fome e miséria ocasionada pela crise econômica. A hora é de luta, se ficarmos em casa é lá mesmo que iremos morrer sem assistência de nenhum tipo.