movimento sindical

Da traição ao “panelismo”, expectativas para o primeiro de maio

O PSTU/CSP critica a live das centrais no 1º de maio, mas não propoe nenhuma mobilização, apenas mais um panelaço

A convocação do 1º de maio expressa a política da CUT de defesa da “ unidade com outras centrais”, em especial com a patronal Força Sindical, por isso o chamado de um 1º de maio unificado, em forma de Live, segundo a imprensa ( até agora não desmentido) estão sendo convocado além dos políticos burgueses de “esquerda” como Ciro Gomes, representantes do PSB, as “ centrais” teriam convidado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo João Dória, o presidente da Câmara de deputados, Rodrigo Maia ( DEM), entre outros.

Um ensinamento importante do golpe de Estado de 2016 é a necessidade de independência política diante da burguesia, as alianças realizadas pelo governo Dilma se voltaram contra o PT e permitiram a derrubada do governo. Neste momento, quando a crise do governo Bolsonaro se intensifica, a esquerda reformista reedita essa política desastrosa de alianças de colaboração de classe, através da “frente ampla”.

O convite a políticos burgueses para o 1º de maio é a expressão dessa política de frente ampla no movimento sindical. Sem dúvida, trata-se não somente de um erro profundo da CUT e dos sindicatos vinculados a essa central, como podemos caracterizar como uma traição aos interesses dos trabalhadores, na medida em que são convidados verdadeiros bandidos políticos, inimigos dos trabalhadores. O PSTU e sua central sindical CSP, que no último período tem engrossado o caldo da “ unidade das centrais”, e tem participado das reuniões conjuntas e assinado diversas notas, resolveu criticar a posição das centrais da live no 1º de maio.

No texto assinado pelo dirigente sindical do PSTU, Luis Carlos Mancha publicado no sitio do PSTU é criticada a posição das centrais:

“Na última quinta-feira (23), fomos surpreendidos por declarações na imprensa de que seriam convidados a participar do ato-live, instituições que desvirtuam o caráter classista do ato de 1º de maio. Entre eles, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM) e outros. Nós não concordamos com esta decisão e tampouco tomamos parte dela.” ( https://www.pstu.org.br/por-um-1o-de-maio-de-luta-fora-bolsonaro-e-mourao/).

No texto, o dirigente do PSTU não desenvolve sobre o “ desvirtuamento”, mas é evidente que a amplitude dos convidados impediu a participação no ato, mas as criticas do PSTU soam mais do que um lamento do que uma efetiva contestação, inclusive havia concordância da CSP com a ausência de ato, mas apenas de um evento virtual e mais que isso, que a pretensa unidade com centrais patronais estilo Força Sindical e as outras seria algo positivo.

“Neste contexto, a unidade de ação entre as centrais sindicais é muito importante no 1º de Maio. A Impossibilidade de realizar ações de rua e concentrações públicas neste momento de pandemia permitiu a proposta de realização de um 1º de Maio virtual nas redes sociais com o qual a nossa central acordo.” (Idem)

Uma primeira questão política relevante é que a tal unidade das centrais é em si mesmo um “ desvirtualmente” do 1º de maio, uma vez que as tais “centrais” são vinculadas a interesses capitalistas, notadamente a Força Sindical. O resultado da unidade das centrais nas reformas da previdência e trabalhista é a exemplificação do real significado da unidade com os pelegos. Além do mais, Paulinho da Força, tradicional agente patronal, fez uma contundente declaração esta semana… a favor dos trabalhadores? Pelo “ Fora Bolsonaro e Mourão”? , não nada disso, Paulinho da Força, aliado da CUT e também do PSTU/CSP defendeu a permanência de Bolsonaro, isso não é por acaso, uma vez que o governo decidiu abrir os cofres para comprar deputados vinculados ao centrão, entre os quais o do Partido Solidariedade, presidido por Paulinho da Força.

Uma segunda questão, que é preciso sublinhar é o fato que o PSTU não propõe fazer um ato “ por um 1º de maio de luta pelo fora Bolsonaro e Mourão”, mas tão somente mais um panelaço, ” um grande panelaço pela vida”, pois aceita a premissa que o melhor é ficar em casa. Acontece, que o governo Bolsonaro não será derrubado ficando em casa, nem batendo panelas nas janelas, sendo fundamental uma mobilização real.

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