Um estudo realizado pela ONG Save The Children e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mostra que mais de 86 milhões de crianças podem ser afetadas pela pobreza até o fim deste ano (2020), totalizando 672 milhões no mundo. Quase dois terços delas vivem na África e no sul da Ásia, e parte significativa na América Latina. Ou seja, nos continentes e países mais explorados pelo imperialismo.
A pesquisa coloca que esse aumento ocorrerá devido à pandemia de coronavírus. Na verdade, a pandemia apenas serviu para escancarar e acentuar as tendências da crise econômica capitalista, que se agrava cada dia mais. O capitalismo é assim, e sempre foi: as crises recaem sempre sobre os mais vulneráveis, enquanto a burguesia, que as gerou, busca a todo o custo repassar o peso delas para os pobres.
Como exemplo, vemos a direita utilizando a política de isolamento social como única solução no “combate” ao coronavírus, colocando toda a culpa no povo que muitas vezes precisa sair de casa para trabalhar, pois as condições não lhes foram dadas para simplesmente ficar em casa. Pelo contrário, obrigam o trabalhador a trabalhar exposto ao vírus, sem nenhuma assistência governamental, sem distribuição de mascaras de proteção, álcool, testes, leitos na UTI, remédios, vacinas, etc.
A ‘opção’ que é colocada para a classe operária é trabalhar ou morrer de fome. Enquanto os capitalistas aumentam a intensidade da exploração sobre eles e utilizam o Estado para drenar toda a riqueza da humanidade a fim de salvar seus ganhos.
O único caminho possível a ser seguido pelos trabalhadores, a fim de livrar-se da opressão da burguesia sobre eles e escapar do devastador genocídio em que estão sendo colocados pelos governos de direita de vários países, é o da mobilização. Seguindo a palavra de ordem dos operários chilenos: “se podemos trabalhar, podemos protestar”, a classe trabalhadora deve se organizar e sair às ruas.