A escalada da pandemia do coronavírus no Brasil, e o número crescentes de mortes, escancara uma dura realidade que existem entre os trabalhadores do cemitério.
Os coveiros, como os médicos que são expostos à esse vírus diretamente, não tem instrumentos para preservar a própria vida. Ambas as profissões estão adoecendo diante desse vírus mortal, pois faltam instrumentos e profissionais suficientes.
O sindicato denuncia que falta álcool em gel, máscaras, roupas adequadas, luvas para que os coveiros executem o trabalho de sepultar as pessoas, sem colocar a própria vida em risco.
Os trabalhadores protocolaram um documento pedindo todos os equipamentos individuais e coletivos para evitar a contaminação, também denunciam que é preciso a contratação imediata de mais de 200 coveiros, para suprir a demanda de enterros.
Diante desse descaso mortal, os mais de 800 coveiros de São Paulo prometem começar uma greve, em meio a pandemia, se a prefeitura não fornecer os materiais necessários.
É preciso paralisar todo o serviço que coloque em risco a vida dos trabalhadores e da população. Não podemos deixar que os trabalhadores se contaminem e consequentemente suas famílias.
Essa pandemia vai escancarar a terrível desigualdade que existe no Brasil, onde os trabalhadores vivem e moram em condições insalubres. Pesquisas realizadas em 2016, pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) mostram que mais de 51,9% da população brasileira não tem acesso à coleta de esgoto.
Com a pandemia vai aumentar muito os sepultamentos, as mortes já contabilizam oficialmente 201, sua grande maioria em São Paulo, capital. A doença que cresce paulatinamente no Estado, se a situação dos sepultadores já era terrível, com essa demanda vai piorar.
É preciso que os trabalhadores paralisem diante ao descaso com suas vidas e de suas famílias, pois não adianta enterrar uma pessoa sem as condições mínimas de segurança e depois ser a próxima vítima.