A Câmara dos Deputados irá realizar a chamada “reforma administrativa” prevendo uma “economia” de R$ 440 milhões por ano, é o que informa nessa terça (15) o jornal golpista Estadão. A proposta deverá ser encaminhada pela mesa diretora da Câmara em breve e prevê um corte de 1 mil cargos efetivos além de 500 cargos comissionados. Hoje o quadro da “Casa do Povo” possui 3,8 mil servidores, sendo 2,7 mil efetivos.
O salário inicial do cargo de analista legislativo deverá diminuir de R$ 24,7 mil para R$ 13,8 mil. Já o técnico legislativo terá os vencimentos iniciais reduzidos de R$ 16,4 mil para R$ 9,2 mil. Além dos cortes de vagas e salários, será implementado um novo sistema de “avaliação” de desempenho, fazendo com que os salários demorem para crescer, ao invés de 10 etapas de progressão, serão 25.
Aqui uma pausa para lembrar dos valores recebidos pelos deputados. O salário é de R$ 33.763,00, o auxílio moradia é de R$ 4.253,00 caso não ocupem um apartamento funcional em Brasília. Cada deputado tem R$ 111.675,59 todo mês para pagar até 25 secretários parlamentares e uma cota parlamentar variável por estado da Federação prevê o custeio de passagens aéreas, conta de celular, despesas postais etc, esse valor varia entre R$ 30 mil a R$ 45 mil.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou querer aprovar já a partir de outubro o que chamou de “modernização” dos serviços: “Estamos mudando a estrutura da Câmara. Os mandatos são provisórios. Nós queremos na estrutura permanente uma maior eficiência do gasto”, disse o deputado do DEM-RJ. O diretor-geral da Câmara dos Deputados, Sérgio Sampaio, chegou a dizer que poderá cortar mais além dos 1 mil iniciais e que a expectativa é de que tal reformulação seja modelo para todo o serviço público.
Quem está por trás da tal reforma que não corta os salários e benesses dos deputados é a consultoria Falconi, pertencente a Vicente Falconi, Ph.D em Engenharia pela Colorado School of Mines (USA). Falconi assinou em 2018 contrato com o governo Bolsonaro para ensinar a Secretaria de Modernização o corte de gastos e de pessoal, a informação consta em matéria da revista burguesa Exame.
A tal reformulação que não atinge os salários e benefícios dos próprios deputados é uma farsa total e faz parte de toda uma política da direita golpista no País. Os lucros dos bilionários só faz crescer enquanto a miséria e a fome voltaram a aumentar no país depois de muitos anos. A esmola de R$ 600,00 e a imensa dificuldade de utiliza-la, a redução para R$ 300,00 acompanhada do corte, para uma grande parcela da população, são outro sintoma da política neo-liberal selvagem e genocida adotada pelo governo Bolsonaro apoiada e incentivada por toda a direita.
É válido lembrar que todos aqueles direitistas que criaram e participam ativamente da construção da Frente Ampla – arrastando oportunistas da esquerda como Haddad, Flávio Dino, Boulos e Freixo – são favoráveis à política econômica bolsonarista capitaneada pelo cachorrinho de estimação dos capitalistas mundiais Paulo Guedes.
Quando este Diário se refere ao governo Bolsonaro e à direita que o colocou no poder de genocida, isso não se deve unicamente às declarações individuais do fascista presidente da República. É pelo fato de que a política da direita é explicitamente de matar o povo, seja de fome, de doenças e pragas, de guerras, de falta de condições de sustentar os filhos. Eles não se preocupam com os trabalhadores mas, simplesmente armam milícias legalizadas para reprimir qualquer revolta. E, enquanto isso, assaltam os cofres onde está o dinheiro suado dos trabalhadores.
A esquerda deve enfrentar qualquer tipo de “reforma” que vise à destruição do serviço público, à diminuição de direitos trabalhistas, à destruição da CLT e à redução de salários de todos os trabalhadores.