O mito de que a esquerda pequeno-burguesa se colocou a frente de toda luta contra o golpe sempre se mostrou como uma farsa. O PSOL, hoje liderado por Guilherme Boulos, o homem da frente ampla, vem novamente a se prestar o papel de confundir os trabalhadores em nome de uma política supostamente democrática.
Contudo, isto está longe de ser uma novidade. PSOL e frente ampla com a burguesia sempre foram dois fatores que andaram em conjunto. Luciana Genro, rainha da Lava Jato, candidata pelo partido nas eleições que reelegeram Dilma dois anos antes do golpe foi, no calor dos acontecimentos uma figura completamente desconectada da luta real, dizendo energicamente que “não há um golpe em curso”.
O mesmo foi visto por outros pretensos analíticos como Valério Arcary, que ainda no PSTU anunciou “não há onda conservadora, não haverá golpe”. Com tamanha expertise não era de se esperar que pouco tempo depois ingressaria com seu movimento (MAIS) no PSOL.
Já o combativo Chico Alencar, prestou-se o favor de beijar a mão de Aécio Neves, o mesmo que foi adversário de Dilma em 2014, principal nome da burguesia e cabeça do processo golpista desde o primeiro momento.
Freixo foi ainda mais ousado, recusou a presença de Lula em sua campanha, em 2016, uma maneira de abrir portas para as mais direitistas alianças em seus governo no Rio de Janeiro. Situação semelhante foi vista por Babá, outro representante psolista, que levou a frente a dura campanha pela prisão de Lula, denunciando o “lulismo” que haveria dentro do seu partido.
Contudo, desde aquele momento, Guilherme Boulos, o mesmo que coloca o PSOL no pedestal da luta contra os golpistas, uma maneira calhorda de justificar a campanha direitista de hoje, foi o principal nome da organização Frente Povo Sem Medo, formada unicamente para dividir a Frente Brasil Popular, que acabava de surgir para lutar contra o golpe de Estado.
Antes disso, Boulos pediu a não realização da Copa do Mundo, indo contra o interesse de milhões de trabalhadores, e decidiu não apoiar por fim, Lula nas eleições presidenciais, quando o mesmo era vítima de uma histórica perseguição política.
À Boulos e todos os “grandes líderes” do PSOL, a história existe justamente para lembrar, que não será hoje, e muito menos no passado, que representaram qualquer luta popular.