O sistema financeiro está lucrando absurdos, em tempos da pandemia do coronavírus. O governo ilegítimo Bolsonaro, através do desvio do dinheiro público, transferiu para os banqueiros o valor na ordem de R$ 1,2 trilhão. Enquanto os banqueiros estão sendo agraciados com essa generosa bolada de dinheiro, a categoria dos bancários, e a população em geral, está correndo um sério risco de morte com as agências lotadas, para aumentar, ainda mais esses lucros.
O horário de atendimento nas dependências bancárias, com a justificativa hipócrita de o serviço bancário é essencial, continua normal. Para o bancário, em que em dias normais já era ruim, na atual situação de pandemia, só piorou.
Com o afastamento dos funcionários com mais de 60 anos, as funcionárias gestantes, ou aqueles que já tem alguma enfermidade de insuficiência respiratória ou cardíaca, que estão realizando o seu trabalho em home office, aumentou, sobremaneira, a quantidade de trabalho daqueles que permanecem trabalhando nas agências bancárias.
Conforme testemunho dos militantes da Corrente Nacional Sindical Causa Operária na categoria bancária, que estão fazendo um trabalho de visitas nas agências com a distribuição de boletins e conversas com os bancários e clientes, há uma indignação generalizada dos bancários devido a situação de completo terror que os trabalhadores estão passando dentro das agências.
Para uma funcionária da Caixa Econômica Federal, lotada em uma das agências no centro da Capital Federal, que prefere não se identificar com medo de represálias da direção do banco, a situação dos funcionários é um verdadeiro absurdo. “Não tem gente suficiente para atender a demanda, que já era grande; agora, com o pagamento de salário dos servidores e dos benefícios como bolsa família e o auxílio emergencial etc., o número de atendimento quase triplicou da última semana para cá. Estamos correndo um sério risco com essa quantidade de gente se aglomerando dentro da agência sem que haja qualquer tipo de prevenção. Não temos nenhum tipo de higienização nos ambientes de trabalho, estamos confinados em ambientes sem ventilação, sem que ao menos se respeite a distância das pessoas, conforme recomendação das autoridades médicas. Na minha mesa estou de cara com o cliente que não tem máscara, sem que tenha feito qualquer tipo de assepsia. Os banqueiros não estão nem aí para a gente”, finaliza a funcionária indignada.
Nas agências falta de tudo, desde o álcool gel até mascaras de proteção sanitária, os clientes se aglomeram nas salas de autoatendimento, além disso deixam um funcionário terceirizado (se o bancário já é escravizado, imagina a situação dos terceirizados) distribuindo uma senha sem qualquer tipo de proteção individual.
Devido a essa política as mortes de bancários só vem aumentando, por culpa, única e exclusivamente dos banqueiros e seus governos genocidas.
No último dia 09 de abril veio a óbito mais um bancário, Claudinei Pereira da Silva, que trabalhava no Banco Itaú da cidade de Assis (SP). Claudinei é mais uma vítima da política criminosa dos banqueiros que estão assassinando os trabalhadores, enquanto ficam na quarentena em suas belas mansões, praias particulares, fazendas etc. desfrutando do bom e do melhor às custas do genocídio dos trabalhadores e do povo.
Além de criminosos assassinos são uns cínicos, quando divulgam nota interna de falecimento ao funcionalismo, e se “sensibilizam”: é com “profunda tristeza que informamos a vocês o falecimento do colega Claudinei Pereira da Silva, primeira vítima do covid-19 na comunidade Itaú Unibanco”. Primeira vítima é conversa fiada, tudo mundo sabe que os números oficiais apresentados não representam, nem minimamente, os verdadeiros números de morte e infectados pelo vírus e, se depender do banqueiros muito mais mortes acontecerão – e a farsa continua: “prestamos nossa solidariedade aos familiares, amigos e colegas mais próximos do Claudinei. Todos estamos de luto”. Mas é de uma hipocrisia absoluta! Para o bancário consciente sabe muito bem que os banqueiros estão pouco se lixando com a saúde ou a vida dos bancários e da população, eles são responsáveis pelos craves adormecimentos da categoria bancária, tanto fisicamente quanto psicologicamente, pelo sofrimento dos trabalhadores através do assédio moral para o cumprimento de metas de vendas de produtos, que são jogados aos milhares, todos os anos, no olho da rua, com uma mão na frente outra atrás, que sofrem com o arrocho salarial, descomissionamento, etc., tratam o bancários como escravos, e aí daquele que reclamar.
Os assassinos dos bancários estão colocando dezenas de milhares de trabalhadores em risco de morte para que continuem lucrando aos tubos.
Para que a situação do bancário não piore ainda mais é necessário paralisar as atividades bancárias. Parar imediatamente para impedir que os banqueiros venham exterminar uma parte expressiva da categoria e da população, entrar em greve até que as suas reivindicações fundamentais para a preservação de suas vidas sejam todas atendidas.