Não posso ficar nem mais um minuto com você / Sinto muito amor, mas não pode ser / Moro em jaçanã / Se eu perder esse trem / Que sai agora às onze horas / Só amanhã de manhã. Foram com esses versos, conhecidos por todos nós, que João Rubinato, popularmente conhecido como Adoniran Barbosa, fez o seu primeiro sucesso.
Adoniran nasceu em Campinas, em 1910. De família simples e numerosa, abandonou cedo os estudos e teve o seu primeiro ofício como entregador de marmita. Arriscou-se na tentativa de ser ator e fracassou. Logo depois, viu no rádio e, sobretudo, em sua popularização, uma chance de mostrar o seu talento ao mundo. Pensou em compor à artistas, o que possivelmente não o possibilitaria o reconhecimento que gostaria. Saltou, então, da composição à interpretação.
Sua primeira apresentação em público foi cantando Se você jurar, um clássico de Ismael Silva e Nilton Bastos, e foi ridicularizado em público. Mas não desistiu e voltou no mesmo programa interpretando Noel Rosa, Filosofia: esse é o início do deslanchar de uma vida artística profissional.
Lança sua primeira canção, Dona Boa, que em 1935 é premiada em um concurso carnavalesco em São Paulo. Mas o sucesso ainda parecia distante como cantor. Transita, então, entre a música e a carreira de ator radiofônico e é nesse pêndulo que passa a ser cada vez mais conhecido, até chegar a ser um dos grandes nomes do samba paulista e brasileiro.
Adoniran Barbosa morreu em novembro de 1982, em decorrência de um enfisema pulmonar. Um século e uma década, faria este ano.
Em homenagem, foi lançado nesta quinta-feira (06) um disco, interpretado por grandes nomes da música, com 11 canções inéditas creditadas ao artista. Entre esses nomes estão Elza Soares, Zeca Baleiro e Di Melo.
O disco contará com as seguintes canções e seus respectivos intérpretes:
- Bares da vida – Zeca Baleiro
- Careca velha – Di Melo
- Como era bom – Illy
- Bolso de fora – Rubel
- A partida – ÀVUÀ
- Debaixo da ponte – Barro
- Vaso quebrado – Elza Soares
- Feira livre – Amanda Pacífico
- Bebemorando – Francisco, El Hombre
- Dias de festa – Luê
- A escola – Zé Ibarra