Desde o golpe de Estado de 2016, uma parcela da esquerda pela sua orientação de classe e sua confusão política absurda, vem se aproximando cada vez mais da direita, propondo alianças cada vez mais amplas que visam, segundo eles, “salvar a democracia”. Claro que não há nada de democrático após um golpe, depois de medidas neoliberais e cortes de benefícios públicos que levaram milhões de brasileiros a uma situação extremamente grave.
Desde a eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro, que teve como condição a ingerência imperialista no país, claramente feita pela operação Lava Jato que prendeu e retirou das eleições, em conluio com todas as instituições do Estado burguês brasileiro, o principal concorrente do pleito, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso, escandalosamente, levou a extrema-direita fascista ao poder e a denúncia disso por parte de esquerda foi praticamente nula.
Mesmo com todo esse golpismo, escandalosamente gerenciado e articulado pela direita tradicional, tal como a extrema-direita num papel mais secundário, a esquerda lançou mão de uma política de desmobilização da sua base e da população. Isso gerou uma situação de extrema paralisia da esquerda no segundo semestre de 2019.
Agora, frente a um grande acontecimento mundial, a crise do Covid-19, aliar-se com a direita e ainda mais com a extrema-direita, que mata sistematicamente a população de fome, de bala e de doenças diversas, é, sem dúvida, um ato politicamente criminoso. Significa estar aliado com um genocídio da população sem precedentes. É necessário denunciar isso ostensivamente em todos os lugares.
É imprescritível ter uma política que combata essa miséria política que a esquerda propõe em meio a essa situação extremamente grave. A esquerda deve ir aos bairros, propor a formação de conselhos populares de saúde e discutir com a população as suas reivindicações vitais, organizar o povo para lutar contra a pandemia e os seus maiores inimigos, os de classe.