Uma política de camaleão, uma política de catástrofe

Em março de 2019, quando Bolsonaro ainda não havia completado sequer três meses de mandato, milhões de pessoas manifestaram, durante o carnaval, o interesse em ver o governo Bolsonaro chegar ao fim. Escancarou-se, assim, que o governo era altamente impopular, ao contrário do que a imprensa burguesa procurava apresentar.

Nos meses que sucederam o carnaval, o governo Bolsonaro entrou em uma crise muito profunda – crise essa que colocou na ordem do dia a derrubada imediata do governo. Na tentativa de evitar que a situação saísse do controle e as massas fossem às ruas de maneira decidida a liquidar o regime político, a burguesia decidiu impulsionar uma série de táticas para serem adotadas pela esquerda pequeno-burguesa.

Recentemente, uma série dessas “táticas” vieram à tona. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) decidiu participar de uma entrevista com Janaína Paschoal, ícone da extrema-direita Brasileira e autora do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, uma série de parlamentares e figuras ligadas à ala direita da esquerda nacional passaram a defender uma aliança com o PSDB e outros partidos burgueses.

Outro “tática” adotada pela esquerda pequeno-burguesa chamou bastante atenção nos últimos dias: a do verde-amarelismo. Segundo os setores que defendem essa “tática”, a esquerda deveria levar a bandeira brasileira e suas cores nos atos e manifestações populares.

Todas as “táticas” citadas acima podem ser resumidas em uma mesma política: a política de camaleão, isto é, a política de a esquerda adotar uma série de posições direitistas para tentar ganhar o apoio da classe média. Essa política, que foi usada exaustivamente na campanha de Fernando Haddad à presidência da República em 2018 – escondendo o nome de Lula, utilizando cores como verde e amerelo e até azul, retirando o direito ao aborto do programa, apoiando a Lava Jato etc. -, sempre levou os trabalhadores ao fracasso.

Em primeiro lugar, os defensores da política de camaleão deveriam explicar por que a classe média, que já conhece os partidos tradicionais da burguesia, como o PSDB, iria abrir mão de votar nesses partidos para votar na esquerda. Se o objetivo é votar em um candidato que defenda o aborto, então não haveria diferença, para o eleitor pequeno-burguês, entre o candidato em que ele sempre votou e o candidato da esquerda.

Em segundo lugar, o apoio às pautas da direita desmobiliza todos os setores que estão dispostos a travar uma luta contra a direita. Se os trabalhadores estão sedentos por acabar com seus algozes, enxergar esses mesmos algozes vestidos de vermelho não os motivará a seguir em frente.

A política de camaleão, por fim, só serve à burguesia. Trata-se de uma tentativa de baixar a intensidade da polarização politica no país. A política dos trabalhadores e a esquerda em geral, portanto, deve ser a oposta: a mobilização revolucionária contra a direita. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!

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